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Isabel Fillardis sobre racismo na TV: ‘Sofri diversas vezes’

Divulgação

Isabel Fillardis afirma que foi vítima de racismo em vários momentos de sua carreira na televisão. A atriz de 46 anos falou sobre o assunto em entrevista ao jornal carioca O Globo.

"Sofri racismo em diversos momentos na TV e na moda e tive que me impor. Hoje, sei que quebrei muitos paradigmas", recordou a artista.

Ela acompanha os desdobramentos dos protestos nos EUA por conta do covarde assassinato do homem negro George Floyd pelo policial branco Derek Chauvin. E também o caso do menino negro Miguel Otávio Santana da Silva, de cinco anos, que morreu ao cair de um prédio depois que a patroa branca o deixou sozinho no elevador para ir se encontrar com a mãe, empregada negra que tinha levado o cachorro da patroa para passear por ordem da mesma.

Fillardis disse que essa história a deixou “sem chão” e disse que era difícil encontrar palavras para expressar toda sua dor. “Além de ser uma doença, é uma crueldade”, afirma sobre o comportamento racista de achar que as vidas negras não importam.

"Antes, situações como essa aconteciam e ninguém ficava sabendo. A internet fez com que o racismo viesse para fora", pontou a atriz na TV desde a novela Renascer, de 1992.

A atriz recordou a peça Lapinha, que ela fez em 2014, como marco em seu processo de consciência da luta contra o racismo. "Foi um divisor de águas na minha carreira. Eu atuei e produzi. Por ser um projeto meu, pude contratar vários profissionais negros", recordou.

Representatividade negra importa

Isabel Fillardis lembrou que é importante a representatividade, e que as produções e redações precisam dar espaço a profissionais negros.

"Precisamos ser protagonistas da nossa História e da nossa economia. As crianças têm que ter educação igualitária e saber quem foram seus antepassados. Não se acaba o racismo com uma frente só, as cotas, a punição, tudo isso faz com que as coisas se modifiquem", pontou a atriz.

A atriz ainda reforçou que a nova geração de artistas negros surgidos após a sua “trouxe consciência e engajamento” e falou que é muito próxima da escritora e filósofa Djamila Ribeiro.

"A Djamila me contou que o pai dela levou o número 1 da revista 'Raça', na qual eu estava na capa. Ele disse: 'Está vendo essa menina? Se ela conseguiu, você também consegue'. Tenho muito orgulho de tê-la hoje na minha vida", afirmou a atriz.

Ela ainda aproveitou a entrevista para falar sobre o EP que gravou como cantora antes da pandemia e que ainda não pôde lançar. "Falta ainda o videoclipe", contou. Diante de tantas notícias ruins no mundo, a atriz tem feito uma coisa à exaustão ultimamente: "Nunca rezei tanto na minha vida", concluiu. 

 

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