Lázaros Ramos sobre saúde mental na pandemia: “Escrever”

Por - 02/04/21 - Última Atualização: 6 abril 2021

Divulgação/TV Globo

 Aos 42 anos, Lázaro Ramos tem mantido sua saúde mental, neste período pandêmico, se dedicando à escrita.  

"Hoje em dia, eu tenho escolhido os momentos em que vou me aprofundar nas notícias e os momentos em que eu vou me isolar no afeto da minha família. Tenho ficado olhando para as crianças, amigos, pais, avós e escrito muito. Minha terapia agora para as atividades fundamentais é escrever. Tenho escrito e ficado muito tempo diante do computador escrevendo histórias, pensamentos, para poder ter alguma coisa que proporciona um pouco de liberdade e a escrita é isso para mim", disse o ator, que tem escrito livros infantis, em conversa exclusiva com OFuxico.

Baiano, casado com Taís Araújo, com quem tem dois filhos, João Vicente, de 9 anos e Maria Antonia, de 6 anos, Lázaro afirmou que as crianças leem seus livros antes de serem publicados.  

"Na verdade, os meus filhos leem os meus livros antes de serem publicados. Ou, então, às vezes eu testo de noite contando histórias para eles como se fosse história de ninar, mas é o material que estou querendo criar nos livros. Os primeiros foram muito inspirados nas conversas com eles… esses outros são cobaias antes de todo mundo." 

Confira:

OFuxico: Estamos em um difícil momento pandêmico. Como você e sua família têm vivido este momento de isolamento social?
Lázaro Ramos:
Continua sendo uma montanha-russa de emoções. Porque a cada dia a gente recebe uma notícia nova e algumas trazem alegrias, como por exemplo, a vacinação dos nossos avós e pais, que pela idade que tem tomaram, mas ao mesmo tempo a cada notícia de dificuldades de que os amigos e desconhecidos estão vivendo a gente fica angustiado junto. A gente tem tentado cuidar muito da cabeça e dos nossos afetos para gente resistir, então estamos tentando estar próximos e fazer o que é possível de auxílio das pessoas que estão próximas, mas assim como a maioria da população, a gente tem mais perguntas do que respostas e mais ansiedade do que tranquilidade.

OFuxico: Como tem conseguido manter a saúde mental diante de tantos acontecimentos difíceis?
Lázaro Ramos:
Hoje em dia, eu tenho escolhido os momentos em que vou me aprofundar nas notícias e os momentos em que eu vou me isolar no afeto da minha família. Tenho ficado olhando para as crianças, amigos, pais, avós e escrito muito. Minha terapia agora para as atividades fundamentais é escrever. Tenho escrito e ficado muito tempo diante do computador escrevendo histórias, pensamentos, para poder ter alguma coisa que proporciona um pouco de liberdade e a escrita é isso para mim.

OFuxico: Pretende continuar com as lives para ajudar as pessoas a aguentar toda essa crise mundial na saúde?
Lázaro Ramos:
Em maio do ano passado comecei a fazer lives com empreendedores autônomos para oferecer um espaço de divulgação para eles. Além da divulgação dos projetos que estavam auxiliando as pessoas com alimentação, material de limpeza, achei que era importante divulgar os empreendedores autônomos que têm sofrido tanto nesse momento. Parei com as lives em dezembro, achando que não voltaria por pensar que com o começo da vacinação e uma cobrança da sociedade que os nossos líderes gerissem a crise de pandemia de outra forma achei que não precisaria fazer. Então, como vi que ainda era necessário, voltei e fiz uma primeira e vou fazer outras. Porque acredito que isso é um gesto mínimo entre os outros todos que várias pessoas estão fazendo que eu posso oferecer para auxiliar as pessoas nesse momento.

OFuxico: Você está casado há 16 anos com Tais. Qual a dica que você dá para que as pessoas consigam ter um relacionamento duradouro?


Eu nunca sei dar dicas de relacionamento, porque eu acho tão particular pessoal, mas acredito que tem uma coisa que nos aproxima muito, que é que a gente tem sempre um motivo para rir juntos. A leveza da risada junto ajuda a gente a relevar coisas e traz uma sintonia que vai alimentando o relacionamento, mas não tem fórmula, né?

Lázaro Ramos e Taís Araújo estão juntos há 16 anos
 
OFuxico: Você e Taís gravaram Amor e Sorte em 2020. Como foi essa parceria profissional entre vocês em tempos de pandemia?
Lázaro Ramos:
Foi muito bom ter feito Amor e Sorte com Taís naquele momento, dentro da nossa casa, foi uma despedida também da casa que a gente morava. Teve muitos simbolos e hoje em dia assistindo esse programa eu vejo como importante para gente ter um pouquinho de saúde para gente enfrentar esse momento.

OFuxico: Você está à frente do Projeto Viagens da Caixa Mágica. Fale um pouco do projeto.
Lázaro Ramos:
É um projeto que tenho há dois anos que inclui músicas escritas e trabalhadas em cima dos meus livros, tenho o canal no Youtube que me muito alegria dessa parceria com Heloísa Jorge e Jarbas Bittencourt, porque mesmo sem ser cantor eu acho que a gente criou músicas que são marcantes a um tipo de infância que a gente acredita.  

OFuxico: E no projeto Calu Brincante qual a sua participação?
Lázaro Ramos:
O Projeto Calu é de uma querida amiga minha Cássia Vale, que é atriz do Bando de Teatro Olodum, que eu escrevi o prefácio de um livro dela e agora ela está fazendo lives com diversão e reflexão sobre infância. É muito bacana a gente poder estar cuidando do material que a gente faz para as nossas crianças hoje em dia porque a gente cria sementes para o futuro.  

OFuxico: Você lança no fim de abril seu segundo livro infantil, O Pulo do Coelho. Qual a ideia do livro?
Lázaro Ramos:
Como já disse, tenho escrito muito e a primeira produção minha criada durante a pandemia é o Pulo do Coelho que é um livro com duas capas lançado pela editora Carochinha. É a história de um coelho que está confinado muito tempo na cartola e decide fugir do circo para poder se tornar mágico, ao invés de ser o coelhinho que é manipulado pelo mágico. É um livro que me deu muita alegria. Ilustrado pela Lais Dias e daqui a pouco virão outros. 

OFuxico: Você incentiva seus filhos a lerem seus livros?
Lázaro Ramos:
Na verdade, os meus filhos leem os meus livros antes de serem publicados. Ou então, às vezes eu testo de noite contando histórias para eles como se fosse história de ninar, mas é o material que estou querendo criar nos livros. Os primeiros foram muito inspirados nas conversas com eles e esses outros eles são cobaias antes de todo mundo.

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