Luiz Caldas é chamado de ‘velho’, interrompe show e rebate folião. Veja!

Por - 08/02/23 às 12:00

Luiz Caldas sentado, de camisa estampada, tocando violão e cantandoLuiz Caldas, que completou 60 anos em janeiro, é um dos expoentes da música baiana - Foto: Divulgação

Considerado o pai da “axé music”, cantor de hits como “Fricote”, “Haja Amor” e “Tieta” Luiz Caldas se apresentou no Carnaval da cidade de Juazeiro, na Bahia, no último sábado, 04 de fevereiro.

Leia +: Luiz Caldas celebra 60 anos cantando com Ivele, Gil e outras feras

Enquanto passava pela avenida com seu trio no evento que antecede o Carnaval de Salvador, o veterano foi chamado de velho por um folião que, curiosamente aparentando estar na mesma faixa etária, assistia ao show.

Diante do insulto, o artista, imediatamente, interrompeu a apresentação e reagiu: “Brother, você aí de branco igual a mim. Olha, espero que você chegue aos 60 anos como eu estou: bem”, iniciou Caldas.

Velhice não é problema para ninguém. Você vai ficar velho também, se Deus permitir. Eu também era forte assim. Mas isso passa, e a inteligência fica”

Aplaudido pelo povo, o músico prosseguiu o show.

O PAI DA AXÉ MUSIC

Marcado na história da música como o pai da axé music, movimento musical surgido na Bahia nos anos 1980 a partir de uma confluência de ritmos regionais, Luiz Caldas contou que que o estilo nasceu em um trio elétrico do carnaval de Salvador.

Ele introduziu alguns instrumentos que antes não existiam no trio: teclado e bateria. E o elemento principal, a maneira de tocar: “Axé music não é um gênero musical, mas uma maneira de tocar”, explicou ele em entrevista à Carta Capital.

“Quando criei, a gente estava saindo da ditadura, todo mundo querendo cantar, vestir o que queria. Isso tudo veio a calhar para que houvesse essa mudança”, destacou

O axé ficou muito tempo no topo e o fato de não estar no topo hoje não quer dizer que não exista. A minha parte eu fiz: abri as portas para vários artistas baianos”.

Luiz Caldas ainda reforçou e reconheceu que os rumos de qualquer movimento musical no Brasil, nos dias atuais, passam pelo crivo das redes sociais.

Muito diferente de 1985, quando ele lançou o disco “Magia” e teve que viajar o Brasil todo para divulgá-lo para vender 100 mil cópias.

“Atualmente, você põe na internet e ganha 1 milhão de visualizações. Mas, hoje, não consegue medir mais o sucesso pelo quanto que vendeu, mas o tempo que ele vai durar. Tem música que o sucesso dura uma semana. Esse é o modelo. Não deixa de ser um salve-se quem puder. A internet é voraz”, disse.

Siga OFuxico no Google News e receba alertas sobre as principais notícias sobre famosos, novelas, séries, entretenimento e mais!

---

É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino