Manoel Carlos, sobre voltar a escrever novelas: ‘Não descarto nem prometo nada’

Por - 24/09/20

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A edição especial de reprise de Mulheres Apaixonadas, na Globo, e a reprise de Laços de Família, no canal Viva, deixaram à tona a saudade que o público tem de Manoel Carlos. O autor das duas tramas parou de trabalhar em 2014 e, em entrevista ao jornal Diário de Pernambuco, foi questionado sobre planos de voltar a escrever uma novela.

“Nem descarto nem prometo nada. Estou com quase 90 anos. Estou na hora de fazer um balanço da minha vida. Eu me sinto bem em ser lembrado pelo meu trabalho”, disse.

Aos 87 anos, o novelista comentou as sobre as críticas diante de suas tramas reprisadas. Maneco afirmou que não teme os comentários sobre as histórias polêmicas das novelas, já que elas retratam o que acontecia na época em que foram gravadas. Ele se diz blindado sobre a moderna cultura do cancelamento.

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“Sei da grande responsabilidade em lidar com a audiência de um sucesso. Ouço e leio as críticas abalizadas, defendo e discuto meus pontos de vista. O que escrevi obedece à época em que tudo foi escrito”, defendeu.

Ética, acima de tudo

Ele falou ainda sobre seus textos longos e bem elaborados, sempre deixando um fio condutor, com começo, meio e fim. E acrescentou que, por ser uma obra aberta, nem sempre a ideia original é levada ao pé da letra. Ele citou como exemplo a mudança de rumo na novela Por Amor, que resultou na desistência de matar a personagem de Gabriela Duarte e na manutenção da troca de bebês.

“A reação do público, para mim, é sagrada e deve ser avaliada com muito cuidado, para não parecer apenas uma troca de favores. Minhas novelas procuram ser realistas, sem esquecer da ética. A morte da Eduarda e a da troca dos bebês seguem esse critério”, explicou.

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70 anos da TV

Maneco participou de 68 dos 70 anos da televisão brasileira e acredita que a internet não seja ameaça à sua relevância.

“A TV tem o seu lugar, seja através de dramaturgia, seja pela qualidade da música brasileira, como é o caso do Fantástico e outros musicais. Aliás, esse programa é a experiência da diversão e do jornalismo”, disse ele, que participou da concepção e da direção da revista eletrônica da Globo nos anos 70.

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