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Mariana Sena, de Todas as Mulheres do Mundo, quase não foi atriz: ‘Descobri na fonoaudiologia’

Lorena Resende

Por mais que estejamos em quarentena, graças à pandemia do coronavírus, e muitas produções, eventos, divulgações permaneçam parados, teve muita gente que ainda conseguiu colher alguns frutos durante todo esse isolamento social. Uma delas é a atriz Mariana Sena.

Ela interpreta Gilda na série Todas as Mulheres do Mundo, original da Globoplay, que é uma adaptação da obra de Domingos de Oliveira e é protagonizada por Emilio Dantas no papel de Paulo.

O interessante é que a personagem de Mariana já havia sido interpretada pela própria Sophie Charlotte no cinema, no filme BR 716, que ganhou vários prêmios no Festival de Gramado de 2016.

Questionada sobre a pressão sobre possíveis comparações, Mariana, em entrevista ao OFuxico, revelou que nem se preocupou tanto com isso, mas mais com o pouco tempo que teve de preparação para a personagem.

“Foram resultados bem distintos né? Eu soube que eu ia entrar em Todas as Mulheres do Mundo e a produção já estava no meio do caminho. Fui convidada e eles já tinham começado e, no meio daquilo, já fiz prova de figurino, maquiagem, fazendo meu processo de preparação foi bem curto. E eu gosto de estudar, conversar sobre isso e não tive a oportunidade como gostaria. Até falei com a Sophie um dia, que foi bem breve, tanto que nem entramos na personagem, mas descobri mais coisas dela e vi que ela é muito fofa. Então, foi um processo de pesquisa bem individual”, disse.

Mari ainda contou que o fato de Cris Moura ter sido sua preparadora de elenco ajudou bastante. “Fui ter contato com uma preparadora um dia antes da filmagem, que foi com a Cris Moura, algo que ajudou muito, pois eu já a conhecia. Um ponto muito interessante foi que a Cris juntou eu e o Emilio para que a gente criasse uma conexão, justamente porque a gente não tinha vínculo, diante de toda a rapidez entre o meu convite e a gravação”, disse, lembrando que havia feito o teste em maio e a resposta veio apenas em outubro, dois meses após o início da produção.

“Aí conversamos sobre a personagem, a intenção que eu queria trazer, já que eu e a Sophie somos atrizes bem diferentes em todos os sentidos. Ela é fofa, que demonstra o poder e se pontua de um modo diferente do meu. E a Gilda é essa pessoa personagem que tem uma força e, ao mesmo tempo que é muito sutil, é muito sedutora, mas tem consciência de sua personalidade e a Sophie fez isso no cinema de uma forma muito meiga e a minha escolha foi fazer o contrário, não o oposto, mas outro lado dela até porque, para essa produção, que foi uma atualização da obra de Domingos, faria mais sentido uma Gilda com outra força, uma energia diferente, essa coisa da sensualidade ser em outro cenário, espero que eu tenha conseguido e o pessoal esteja gostando, porque essa foi a minha intenção”, acrescentou.

Mariana Sena está em Spectros, da Netflix, Todas as Mulheres do Mundo, da Globoplay, e Segunda Chamada da Globo

Mas Mariana Sena não para por aí. Apesar de ainda não ter estreado, já que as gravações estão interrompidas, ela poderá ser vista em breve na Globo, na segunda temporada de Segunda Chamada. Ela contou que, assim como em Todas as Mulheres do Mundo, sua aprovação no teste “foi uma loucura”.

“Foi outra loucura no meio do caminho (risos). Eu tinha feito o teste para a primeira temporada de Segunda Chamada e não tinha rolado, daí, quando eu estava gravando Todas as Mulheres do Mundo, eles me chamaram para fazer um segundo teste com a Talita Carauta em São Paulo e eu estava no Rio. Aí, achei uma brecha na agenda, vim para São Paulo, fiz o teste e passei mal”, lembrou, aos risos.

“Eu estava tão nervosa, porque no teste para a primeira temporada eu queria muito fazer, porque eu acho incrível o projeto e, quando eu vi a sinopse, era tão minha cara que eu falei: ‘eu preciso pegar’, mas não passei. Quando chamaram para a segunda temporada, eu pensei: “Agora tem que ser” e eu fiquei muito ansiosa porque eu soube que o papel era para interpretar o papel da filha da Talita Carauta, que é outra atriz que eu amo. Aí, cheguei no teste, o nervosismo foi absurdo e eu passei mal. Foi vergonhoso, já que não consegui fazer o teste direito e vim para casa totalmente frustrada, com a sensação que não rolou”, acrescentou.

Porém, quando é para tudo dar certo, não tem jeito, pois o universo acha um caminho. “Quando terminei de gravar Todas as Mulheres do Mundo, eu soube que eles estavam fazendo testes ainda e fui bem cara de pau de pedir para minha agente insistir em fazer o teste aqui e foi quando rolou”, afirmou.

Além de Todas as Mulheres do Mundo e Segunda Chamada, Mariana Sena também está na Netflix, na série Spectros e acredite: Você que está lendo esta entrevista e já precisou de alguma fonoaudióloga algum dia, poderia ser atendido por ela.

“Apesar de ser de uma família de artistas, isso nunca me interessou. Eu sempre achei que seria da área biológica e prestei vestibular para biologia e fonoaudiologia e o que eu passasse eu ia fazer. Acabou que eu entrei nas duas e resolvi fazer fono, porque a USP era mais próxima e eu não precisaria mudar para o interior, já que eu moro em São Bernardo do Campo”, começou.

“Aí eu comecei a faculdade e, como me mudei para São Paulo, eu precisava trabalhar para pagar o aluguel e faculdade não permitia que eu trabalhasse fora dela, já que era período integral. Então, eu comecei a fazer pesquisas pela USP para que eu fosse financiada e, em uma das pesquisas, eu fui procurar saber mais sobre voz, que envolvia vozes de atores. A partir disso, comecei a conhecer toda essa galera, achei interessante, fiz curso livre de teatro, tranquei duas aulas para ter tempo de fazer o curso, aí fiz outro curso e quando percebi, eu entendi que eu queria ser atriz, porque eu comecei a precisar estagiar na área de fonoaudiologia e vi que não era minha área e decidi largar tudo”, afirmou.

E agora o que não falta é trabalho né? “Que bom, porque eu ia ficar desesperada se eu tivesse saído e nada tivesse rolado nessa área de atuação (risos)”.

Rainha das séries, Mariana, apesar de toda uma carreira pela frente, se mostra bem madura nas escolhas de seus trabalhos. “Nunca tive convite para novela, mas já fiz muito teste para novela. Não vou dizer que ‘eu quero fazer novela’. Eu quero trabalhar, quero estar em movimento. Seja no audiovisual ou no teatro, mas se eu receber (o convite), eu iria sim. Uma coisa que eu tenho é que eu preciso acreditar no projeto, seja ele novela, cinema, teatro. Tem que ser uma coisa que eu ache que minha personagem vai acrescentar à trama”, finalizou.

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