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Pillar Costa lança websérie, após vídeo exposto: ‘Quero ajudar as pessoas’

Reprodução/Instagram

“Eu estou muito feliz por conseguir falar”. Essa foi uma das frases que Pillar Costa disse durante a entrevista que ela deu ao OFuxico. Desde o mês de novembro de 2019, a vida dela virou de pernas pro ar, para o bem e para o mal.

Como muito se noticiou na semana que passou, Pillar Costa fez um vídeo em que aparece dançando para o canal de humor Ixi. Entretanto, alguém mal intencionado o editou e colocou apenas a parte de sua dança em um site pornô.

Bastou isso para que a relação com seu pai ficasse bem estremecida durante dois meses até que eles conseguiram conversar novamente.

“Aí, você imagina para o meu pai, um senhor de 71 anos, ver que a filha dele tem um vídeo, que não importava do que era o vídeo, mas eu estava ali exposta. Eu podia estar ali cantando Backyardigans, que não faria diferença para ele”, afirmou.

“O problema não é o vídeo em si. O problema é onde a sociedade enfia o dedo. Agora, você imagina: era um vídeo que fiz para um canal de humor, totalmente banal, que foi passado para o site pornô. E quando acontece isso com uma pessoa que realmente tenha um conteúdo mais delicado exposto?”, acrescentou.

Pillar ainda levantou a questão da falta de restrição sobre o que pode ser publicado em sites pornográficos.

“Os sites têm que ter um sistema, ou algo assim, para autorizar o que vai ser publicado. Uma coisa é eu ser garota de programa ou atriz pornô e querer expor. Mas e quando eu não sou e não quero expor minha intimidade, algo que seja pessoal? Por que os sites não têm uma restrição para isso? A gente não pode deixar que qualquer coisa aconteça nestes sites. Alguns sites mostram até estupro. Isso, infelizmente, é uma realidade”.

A atriz ainda afirmou que as atitudes e a falta de empatia estão acabando com a vida em sociedade atualmente.

“No Instagram, um monte de mulher faz vídeos de biquíni, mas, mesmo estando dançando e toda de roupa, me escolheram para isso, para ser julgada e me atacar de várias formas. Depois do meu pai e quando tudo já tinha passado, em maio, voltaram a falar disso. Se eu tivesse um psicológico mais fraco ou não tivesse ajuda dentro de casa, não sei o que poderia ter acontecido. Alguém sabe como isso chega na cabeça das pessoas que são expostas?”, indagou.

Foi aí que Pillar resolveu expor tudo no Youtube. “Em janeiro, eu gravei um vídeo, que eu ia expor tudo, mas fiquei com medo. E agora em junho, alguma coisa veio na minha cabeça para fazer isso, algo fora do comum. As pessoas estavam vindo me perguntar do vídeo novamente, depois de seis meses que ele havia sido excluído. Não tinha motivo para isso”.

Porém, foi com tudo isso que colocou um verdadeiro furacão em sua vida, que ela percebeu que poderia ajudar muitas pessoas. Assim que nasceu o Por um Fio.

“O Por um Fio é um projeto divino, porque é por um fio a vida de alguém que está em risco, porque ninguém mais respeita o espaço do outro, ninguém tem mais empatia. E eu comecei a pensar em todos os relatos que eu ouço nas minhas aulas de teatro, no e-mail, no Instagram, tanto sobre agressão física, psicológica, reclamando de relacionamentos abusivos”.

“Eu recebo mensagens todos os dias, algumas inacreditáveis que estão expostas no meu Instagram (@pillarcosta). Tem mulheres que os namorados a ameaçam de exposição, de violência doméstica, de agressão física ou psicológica e até homens, que se abrem comigo, dizendo que acham que estão fazendo coisa errada”, revelou.

O projeto já está tão evoluído, que Pillar tem uma estrutura de psicólogas voluntárias e até uma delegada para ajudar no que for necessário. “Precisando de ajuda eu mesma encaminho para psicólogas voluntárias e, tudo que eu preciso juridicamente, eu tenho uma delegada que ela responde para mim e eu mando para as pessoas. Quero fazer web séries para alertas às pessoas tudo que elas podem juridicamente e psicologicamente com a vida delas. Quero que as pessoas vejam os vídeos e percebam: ‘Olha, eu estou vivendo um relacionamento abusivo’. Ninguém começa vivendo um relacionamento deste tipo, começando com agressão física, é sempre na base da diminuição da pessoa.”.

A intenção de Pillar com todo este trabalho é fazer com que a empatia da população seja cada vez maior.

“Estou tendo o apoio de muitas campanhas, muitas pessoas, empresas grandes, que já têm esse tipo de causa. Além de instituições que eu ainda estou fechando. Eu não quero que minha irmã passe por isso, que minhas amigas passem com algo parecido do que passei ou dos relatos que eu recebo. Eu quero que esse documentário ganhe uma repercussão gigantesca para que o povo veja o que a falta de empatia está fazendo com o mundo”.

E acrescentou: “O documentário é uma reestruturação social, meio doido pensar isso no século 21, mas alguém tem que começar e acredito que Deus tenha me dado essa função”, finalizou.

Confira o primeiro vídeo em que a própria pessoa conta seu relato para Pillar Costa!

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Se você passa por algum tipo de violência doméstica, agressão, ameaças ou exposição indevida e quer entrar com contato com o Por um Fio, é só entrar em contato pelo e-mail bracosqueacolhem@gmail.com.