Príncipe Harry desabafa sobre pensamentos suicidas de Meghan Markle: ‘A história estava se repetindo’

Por - 21/05/21

Reprodução/YouTube

O Príncipe Harry voltou a falar sobre os bastidores de sua vida real em nova entrevista para Oprah Winfrey, com quem ela havia conversado em março, ao lado da esposa, Meghan Markle.

O Duque de Sussex participou do programa “The Me You Can't See” ( em português, algo como “O meu eu que você não consegue ver”) explorou as suas principais fragilidades e os momentos mais difíceis que passou. 

No episódio em questão, ele lembrou como foi encarar a época em que Meghan passou a ter pensamentos suicidas e como isso o afetou emocionalmente, o lembrando da morte da Princesa Diana, sua mãe, em 1997.

"Eu sempre quis ser normal, ao invés de ser o Príncipe Harry, apenas ser Harry. Era uma vida enigmática e, infelizmente, quando penso em minha mãe, a primeira coisa que me vem à mente é sempre a mesma coisa: ela no carro, com cinto de segurança. Meu irmão [Príncipe William] no carro também, e ela dirigindo e sendo perseguida por três, quatro, cinco carros com paparazzi.”

Para ele, a situação de Meghan despertou gatilhos sombrios porque entende que é como se a história estivesse se repetindo. Desde que assumiu o relacionamento com a atriz, em 2016, sua vida passou a ser registrada quase diariamente por paparazzi e pela mídia.

"Nós somos seguidos. Fotografados, perseguidos, assediados. O clique das câmeras e os flashes das câmeras fazem meu sangue ferver. Isso me deixa com raiva e me leva de volta ao que aconteceu com minha mãe e o que eu passei quando era criança. E não estou falando apenas da mídia tradicional, mas também das plataformas de mídia social. Eu me senti completamente desamparado”, desabafou.

Harry ainda mencionou o período em que a mãe de seu filho teve que lidar com a pressão midiática, as cobranças e os preconceitos, principalmente por ser negra. Para ilustrar, o monarca lembrou do episódio em que o casal participou do evento de caridade no famoso “Royal Albert Hall”, em janeiro de 2019. No dia, ela estava particularmente passando por momentos muito turbulentos.

"Ela estava completamente sã, mas no silêncio da noite, esses pensamentos a perturbavam. A única coisa que a impedia de fazer isso [o suicídio] era o quão injusto seria para mim depois de tudo o que tinha acontecido com minha mãe ser colocado em uma posição de perder outra mulher em minha vida – com um bebê dentro dela, o nosso bebê. Estou um pouco envergonhado pela maneira como lidei com a situação [naquele dia]. Por causa do sistema em que estávamos presos e das responsabilidades e deveres que tínhamos, demos um abraço rápido e depois tivemos que mudar os ânimos e entrar em um comboio com escolta policial para ir até o Royal Albert Hall para um evento de caridade. Não havia a opção de dizer 'não.’”

Lidando com as frustrações

 

Avaliando a caminhada com Meghan até o momento, Harry admitiu ter mágoas consigo mesmo.

"Meu maior arrependimento é não ter assumido uma postura mais rígida no início do meu relacionamento com minha esposa e não ter reclamado do racismo quando aconteceu. A história estava se repetindo. Minha mãe foi perseguida até a morte enquanto ela estava em um relacionamento com alguém que não era branco e agora veja o que aconteceu. Você quer falar sobre a história se repetindo, eles não vão parar até que [Meghan] morra", lamentou, frisando o medo de que algo ruim pudesse acontecer à amada.

“É incrivelmente desencadeadora [de medos] a possibilidade de perder outra mulher na minha vida, mas a lista está crescendo. E tudo volta para as mesmas pessoas, o mesmo modelo de negócios, a mesma 'indústria'. Meu pai costumava dizer para mim, quando eu era mais jovem: 'Foi assim para mim. Então, será assim para você'. Isso não faz sentido – só porque você sofreu, não significa que seus filhos tenham que sofrer", opinou.

Ajuda profissional

 

Com traumas e angústias, há quatro anos o Príncipe faz terapia, trabalhando os assuntos da infância e, principalmente, a falta da mãe.

"Eu não quero pensar nela [Diana], porque se eu pensar sobre, isso vai trazer à tona o fato de que eu não posso trazê-la de volta e só vai me deixar triste. Qual é o sentido em pensar sobre algo triste, de que adianta pensar em alguém que você perdeu e nunca mais vai voltar? E eu simplesmente decidi não falar sobre isso.”

"Eu tenho muito da minha mãe dentro de mim. Sinto como se estivesse fora do sistema, mas ainda estou preso nele. A única maneira de me libertar é dizendo a verdade", explicou.

Onde assistir

 

O projeto “The Me You Can't See”, comandado por Oprah Winfrey, está disponível na Apple TV +, contando também com Lady Gaga e Glenn Close em papos sinceros e profundos.

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