Rodrigo Constantino é desligado do Grupo Record

Por - 05/11/20

Reprodução/Instagram

Rodrigo Constantino, durante uma live na última quarta-feira (04), fez declarações bastante polêmicas sobre o caso Mariana Ferrer, estuprada em 2018 e cujo acusado foi absolvido por “estupro culposo”, termo inexistente em leis atuais.

"Eu não entrei no aspecto específico desse caso. Pelo pouco que eu vi, há boas razões para defender a decisão do juiz. A decisão do juiz fala em ausência de provas ou evidências. Não houve provas de que foi um ato à força", ele chegou a dizer.

"Se for estupro mesmo precisa haver ausência de consentimento e uso de coerção, força. Se ela consentiu, bêbada, a analogia é válida à direção. Ela não pode dizer que não consentiu. Se não, temos que aceitar que se ela pegar um carro, é inimputável. Ela não escolheu pegar o carro. É isso que as feministas estão dizendo".

"Se minha filha chegar em casa e falar: 'Fui estuprada'. Me dá as circunstâncias. 'Fui para uma festinha eu e três amigas, tinha 18 homens, nós bebemos muito, eu estava ficando com dois caras, acabei dormindo lá e fui abusada'. Ela vai ficar de castigo e eu não vou denunciar um cara desse para a polícia. Eu vou dar esporro na minha filha porque alguma coisa ali, ela errou feio. É um comportamento condenável. Existe mulher decente e piranha. Se beber, não fique em um ambiente com muitos homens ou pessoas que você não confia", opinou.

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Após a reverberação do caso, ele está sendo desligado de suas funções profissionais, e o Grupo Record informou, por meio de um comunicado à imprensa, que está fazendo o mesmo.

Confira o comunicado:

“O Grupo Record vem a público informar que dispensou o jornalista Rodrigo Constantino de suas funções no portal R7 e na Record News.

A decisão foi tomada em virtude das posições que o profissional assumiu publicamente sobre violência contra a mulher, em canais que não têm nenhuma vinculação com nossas plataformas.

O jornalismo dos veículos do Grupo Record tem acompanhado com muita atenção o caso de Mariana Ferrer e o Grupo não poderia, neste momento, deixar qualquer dúvida de que justiça não se faz responsabilizando ou acusando aqueles que foram vítimas de um crime.

Apesar de ter garantias de liberdade editorial e de opinião, julgamos que o posicionamento adotado por Constantino não compactuou com o nosso princípio de não aceitar nenhum tipo de agressão, violência, abuso, discriminação por questões de gênero, raça, religião ou condição econômica.

Este é o compromisso do jornalismo do Grupo Record”.

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