Thaynara OG revela quase ter morrido em lipoaspiração: ‘Eu poderia ter partido por uma besteira’

Por - 25/01/21 - Última Atualização: 6 abril 2021

A morte da influenciadora Liliane Amorim neste domingo (24), em função de complicações causadas por uma lipoaspiração, mexeu muito com Thaynara OG.

O fato trágico fez ela tomar coragem e revelar que, por pouco, também não perdeu sua vida em um procedimento parecido, em março de 2020. Até então ela não havia revelado esse fato à ninguém, exceto seus familiares e amigos muito próximos.

"Vocês viram o que aconteceu. Um caso trágico e muito revoltante que aconteceu com uma influenciadora de 26 anos, a Liliane, que infelizmente faleceu por conta de complicações de uma lipo que ela fez. Isso mexeu comigo, eu fiquei muito mal. Tornou ainda maior a necessidade de compartilhar algo que sempre tive vontade de falar sobre, mas não tinha coragem e tinha vergonha, mas eu tenho que vir aqui contar sobre isso.

Apesar de atender a muitos padrões de beleza também sinto uma pressão estética muito grande. Tenho dificuldade de aceitar algumas coisas, minhas inseguranças, minhas insatisfações com o corpo. Em março de 2020 resolvi fazer uma lipoaspiração. Vocês sabem que o procedimento é extremamente invasivo e a gente deve procurar um profissional que a gente conhece o trabalho, que passa segurança pra gente, que a gente confie. Só que eu não fui por esse caminho

De tanto ver no instagram, resolvi fazer aquela técnica famosa. Por eu conhecer uma pessoa que tinha feito e tinha dado tudo ok para ela, falei que daria para mim também. Apostei em alguém que não conheço para me dar esse resultado.

Na época me ofereceram permuta, mas não aceitei. Decidi fazer pagando porque sei que a internet amplia essa pressão estética nas pessoas, tanto é que eu estava ali, e percebi o efeito que poderia causar nas pessoas que me seguem. Sabe quanto você começa a ver muita gente fazendo a mesma coisa e você fica 'nossa, acho que eu preciso disso, olha esse antes e depois, é muito fácil, como arrancar um dente'?. Preferi fazer pagando e também queria me colocar numa posição de cliente que pode exigir e reclamar. Me senti mais segura dessa forma”, contou.

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O procedimento

“Em março do ano passado fiz essa cirurgia. Aí eu subi pro quarto. Quem passou para conversar comigo foi o anestesista da equipe, não foi o cirurgião. No dia seguinte ele apareceu. Ele viu que no dreno estava saindo muito sangue. Ele falou: ‘Não vou te dar alta hoje, mas estou feliz porque estou te vendo corada e bem’. Sendo que eu não estava bem.

Quando ele falou isso, as enfermeiras e minha família ficaram sem entender nada. E aí ele foi embora. Eu estava muito amarela! O sangue do dreno as enfermeiras tiravam e logo enchia de novo. Não estava normal. Minha mãe foi falar com algum médico do hospital. Ele foi no quarto e disse que tinha que ir para UTI imediatamente. Aí já bateu aquele medo.

Corre pra fazer transfusão de sangue. Recebi duas bolsas. Tudo isso muito rápido, a gente sem entender nada. Esses dias na UTI, me senti muito mal. Não saía da cama nem para fazer as necessidades. Não conseguia dormir de tanta dor. Mandaram um psicólogo para mim, e eu me sentia mal por deixar a família nervosa. Nunca mais quero voltar para aquilo.

Sei que intercorrências acontecem, mas o que mais me deixou extremamente mal foi no dia que eu mais senti dor e não consegui dormir mesmo com muito remédio, eu não conseguia ligar para o cirurgião. Me senti culpada de me ver presa na cama e pensava 'meu Deus, por que eu fiz isso comigo?'.

Fiquei no hospital 6 a 7 dias, sendo que a maior parte foi na UTI. Eu, boazinha, uma mulher adulta, informada, me coloquei nessa situação, minha família toda vulnerável e tensa por minha culpa. Pensei: ‘E se minha mãe não tivesse tido a iniciativa de puxar alguém e falar?’ Eu poderia ter partido por uma besteira”, revelou.

Recuperação difícil

“Foram meses horríveis. A recuperação, que já era difícil, foi mais lenta que o normal, já que minha barriga ficou bem pontuda para o lado esquerdo. As pessoas fazem dez drenagens, eu fiz mais de 50. Minha recuperação coincidiu com o isolamento social. Tudo isso mexeu com minha cabeça. Só fui melhorar mentalmente em agosto.

Hoje penso muito sobre o que aconteceu. Pela forma como aconteceu. Eu faria tudo diferente. Teve um detalhe: se viu a necessidade de fazer um reparo. Então teria que fazer depois de 1 ano e não tenho essa coragem. Pelo menos com essa equipe não confio mais.

Hoje tive essa vontade de compartilhar essa experiência com vocês, porque cirurgia plástica é um assunto muito sério. Não pode ser endemoniado, mas também não pode ser tratado com algo pouco invasivo e simples. Meu conselho é que pesquise bem, olhe um profissional qualificado, não se deixe levar por publicidade, por preço barato.

Pra encerrar: meus sentimentos à família da Liliane. Isso que aconteceu é muito triste e mexe muito comigo. Peço desculpas por levar todo esse tempo e ter tido coragem de vir aqui compartilhar minha experiência”, finalizou.

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Consciência

Além desse depoimento, Thaynara ainda fez questão de deixar uma mensagem escrita, onde pontua para as pessoas que pensam em fazer uma cirurgia, o que devem pensar antes de se submeter ao procedimento.

“Desabafo

Na vida e especialmente na internet, a gente tá sujeito a padrões de beleza que muitas vezes colocam a gente numa corrida desesperada pra ter o rosto e o corpo ideais (ou vendidos como ideais), mas a gente precisa ser consciente de como essa pressão estética afeta a gente, especialmente quando nos sujeita a procedimentos muito invasivos e com riscos significativos à saúde como uma cirurgia plástica.

Então é muito importante:

1- reconhecer o quanto a gente é suscetível a pressões estéticas e tentar identificar quanto desse desconforto que a gente tem com a nossa aparência é resultado dessa intoxicação causada pelo padrão de beleza inalcançável;

2- a melhor maneira de lidar com isso é procurando profissionais que cuidem da nossa saúde mental (pra gente entender a nossa própria relação com o corpo e autoestima) e, surgindo a necessidade de fazer procedimentos estéticos e cirúrgicos, procurar profissionais que sejam qualificados e que tenham empatia pra nos aconselhar pro que de fato é melhor pra gente”, escreveu.

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