Tóquio 2020: Ao som de “Baile de Favela”, Rebeca Andrade brilha na ginástica

Por - 25/07/21

Ginasta Rebeca Andrade evoluindoFoto: Reprodução Instagram

Teve “Baile de Favela” no Japão! E dos bons! A brasileira Rebeca Andrade está nas finais de solo, salto e individual geral, na ginástica artística feminina dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. A atleta de 22 anos, natural de Guarulhos, em São Paulo, deu show e causou na apresentação solo, ao som do funk “Baile de Favela”, hit de MC João. Feliz, ela recebeu a nota 14.066 e ficou em segundo lugar na disputa do individual geral, atrás apenas da grande estrela da ginástica, Simone Biles, dos Estados Unidos.

Antes do solo, a dupla brasileira se apresentou na trave. Nesse aparelho, Flávia Saraiva foi a melhor e conseguiu a qualificação para disputar a final da modalidade ao receber a nota 13.966. Rebeca ficou com 13.733. Apesar da nota excelente, Flávia se machucou e saiu da disputa sem se competir nos dois aparelhos seguintes (salto e barras assimétricas).

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No terceiro aparelho, o salto, Rebeca fez dois saltos e recebeu notas 15.400 e 14.800, tendo média de 15.100, pontuação suficiente para qualificá-la à final. A ginasta fechou sua apresentação nas barras assimétricas, ganhando nota 14.200, o que deu a ela o necessário para também disputar a final do individual geral.

HIT DO REVEILLON 2015/2016

Com a incrível apresentação de Rebeca Andrade no solo, o “Baile de Favela” figurou entre os assuntos mais comentado do Twitter. O funk, de MC João foi lançado em 2015 e mudou completamente a vida de João Israel Simeão, o MC João.

A música que lista bailes funk da periferia de São Paulo com um refrão impossível de tirar da cabeça, nasceu em uma casa espaçosa. O imóvel não fica na favela, tem piscina, dois andares bem decorados e varanda com vista para a Zona Norte da cidade. É a sede da GR6, empresa que gerencia uma equipe de garotos anônimos no resto do Brasil, mas tratados como estrelas nos tais bailes paulistanos. MC João, na época, era a revelação do time.

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O funk estourou no reveillón de 2015 e dividiu o top 10 do Spotify e do iTunes no Brasil com Justin Bieber e Anitta. MC João era office-boy e tinha um salário de pouco mais de R$ 600. Na época, cuidava da mãe, com problemas de saúde, e duas irmãs. O funk era “válvula de escape” da rotina difícil.

Cinco anos após a explosão de “Baile de Favela”, um verdadeiro marco no funk de São Paulo, o funkeiro lançou em março deste ano o Baile de Favela Records, primeiro escritório aberto por um MC já famoso em uma cena dominada por duas grandes empresas, Kongzilla e GR6,a que lanço MC João.

Aos 29 anos, o artista afirmou que a música mudou sua vida e deu casa para ele e sua mãe. Mas nem tudo deu certo. Ele assinou contratos ruins e não ficou com nada da renda do clipe no YouTube, visto mais de 220 milhões de vezes.

Mesmo sem outro hit tão grande, ele teve diversos outros sucessos no funk depois disso. João foi estudar direitos autorais e percebeu que os MCs muitas vezes fazem acordos que parecem tentadores para quem não tem nada, mas depois do sucesso viram uma fria.

Com o dinheiro que conseguiu ganhar, ele diz que “não esbanjou, não saiu comprando Ferrari” como outros.

Ele saiu da GR6 e afirma que não houve briga, apenas o sonho de ter seu próprio selo. Ao lanart a própria empresa, ele pretende incentivar outros MCs a ficarem mais atentos à renda que eles geram.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino