Veja clipes brasileiros que sofreram censura no Youtube

Por - 07/12/20

Ernna Cost e Reprodução/Youtube - Montagem

A indústria da música é recheada de super lançamentos capazes de marcar toda uma geração, sobretudo aquelas canções que ganham clipes super produzidos que são lançados no Youtube.

Porém, nem tudo é perfeito nesse mundo, e muitos clipes acabam ganhando censura para maiores de 18 anos na plataforma, restringindo ao cesso de muitos usuários e limitando o número de visualizações.

Pensando nisso, nós do OFuxico separamos alguns clipes brasileiros que acabaram sofrendo com essa “punição” do Youtube e foram restritos ao público.

Confira!

Bandida – Pabllo Vittar e Pocah

No último dia 27 de novembro, Pabllo Vittar lançou, ao lado de Pocah, o single e clipe de Bandida, carro-chefe de seu mais novo álbum 111 Deluxe, releitura adicional do aclamado disco 111.

Porém, enquanto o vídeo estava bombando e em alta no Youtube, ele acabou sendo censurado com a alegação de a palavra “bandida” estar fora dos termos permitidos, fazendo que que milhares de internautas levantassem as hashtags “Youtube Homofóbico” e “Bandida sem censura” no Twitter.

Felizmente, para as artistas, foi possível sair desta restrição, mas tiveram que trocar o nome da música de Bandida para “Bandid*”.

Lexa – Sobrenatural

Outa artista que lançou um álbum recentemente foi Lexa, com o projeto tendo o mesmo nome da artista e músicas de gêneros e ritmos bastante variados.

Sobrenatural, uma das faixas mais voltadas para o Pop, ganhou um vídeo intitulado “VideoArt” no canal da cantora, mas sofreu censura por supostamente conter “conteúdo impróprio”.

Apesar de provocativo, Lexa acredita que a classificação não deveria estar assim. “Não entendi o motivo. Estou chocada. Essa classificação não faz sentido”, disse a artista na época.

Felizmente, tudo parece ter se resolvido e o clipe está liberado a todos.

Parabéns – Pabllo Vittar

A censura de Bandida pode ter chocado os fãs de Pabllo Vittar, mas não pegaram de surpresa, afinal, o clipe de Parabéns também sofreu censura, com o Youtube alegando a atitude por conta de a drag queen segurar uma garrafa de vodca no vídeo.

Nos Stories do Instagram, ela comentou sobre o assunto, e afirmou que não vê sentido em tal ação, pois existem vídeos com conteúdo mais explícito que não receberam a mesma censura.

“Recebemos uma restrição de idade no clipe de Parabéns porque eu estou segurando um copo de vodca, sendo que já havia uma mensagem escrito beba com moderação. Mas mesmo assim quiseram restringir pra maiores de idade o meu clipe, que eu tanto trabalhei, que dei duro por dias para fazer esse projeto. E a gente sabe também que tem vários videoclipes muito mais nocivos, muito mais explícitos no YouTube, e não são restritos, banidos, nem sequer são lembrados. Mas atacam a drag queen a torto e a direito, não vamos deixar isso acontecer.”, declarou Pabllo, antes de afirmar que fará de tudo para reverter a situação e pedir que os fãs continuem assistindo ao vídeo.

Mais uma vez, a artista teve a oportunidade de derrubar a restrição de idade, e a cena da vodca foi substituída por outra, permitindo a liberação total.

Viado – Valesca Popozuda

Indo para um caso mais antigo, Valesca Popozuda também sofreu com a restrição no clipe da música Viado, pois ela aparecia com diversos homens seminus em determinada cena.

“Para mim nada veio fácil, mas eu continuarei lutando de cabeça erguida, porque essas pedras que aparecem no caminho eu vou usando para construir minha muralha de força”, avisou ela no Instagram na época.

Apesar disso, Valesca não deixou de comemorar quando o clipe bateu mais de um milhão de visualizações em menos de um mês apesar da restrição.

“Vamos comemorar sim! #1milhaodeviews mesmo com A censura em cima do clipe!! Obrigada meus FCS que estão sendo incríveis nessa batalha, aos meus fãs que realmente estão me ajudando muito e a todos que torcem e querem meu bem!! Ninguém me para! Ninguém me segura!”, comemorou ela.

Boquetáxi – Lia Clark

Unindo casos antigos e drag queens, fecharemos nossa lista com a canção Boquetáxi, de Lia Clark.

Também recebendo a denúncia por conteúdo explícito mesmo estando em alta, desta vez a censura aconteceu após muitas denúncias serem feitas.

“Ontem à tarde eu lancei meu novo clipe "Boquetáxi" no Youtube e a repercussão do vídeo foi enorme. Fiquei muito feliz e conseguimos alcançar o #1 dos vídeos mais vistos do dia. Hoje acordei com a triste notícia de que o vídeo foi automaticamente removido da lista de vídeos em alta e não foi por ter caído de posição, o que é um processo natural, mas sim porque ele foi marcado como restrito por conteúdo impróprio para menores de 18 anos por conta do número alto de denúncias do público heteronormativo que o vídeo atingiu com tamanha exposição”, contou Lia no Instagram.

“Vocês podem estar pensando que é por causa da bunda no clipe e/ou letra da música ou até concordando com o bloqueio do youtube, porém, o buraco é bem mais embaixo. Eu poderia listar milhões de vídeos/músicas cis-héteros brasileiros que constam no Youtube com nudez e palavrões nos quais não consta a tal restrição de +18. Isso sem mencionar as traduções das músicas de vídeos internacionais. Porém, não vou apontar o dedo para ninguém, só quero deixar explícito que isso é LGBTQfobia. E este preconceito não está vindo exclusivamente dos cis-heteros, mas também dentro da nossa comunidade, que acaba acreditando que se enquadrar aos padrões de higienização impostos por nossos opressores é uma questão de respeito”.

“Não, não é! Respeito é tratar todos de forma igualitária. E não, eu não estou pedindo para gostarem/consumirem o meu trabalho, eu só quero igualdade e respeito. Eu tenho direito de fazer o meu trabalho como todos eles. Eu tenho noção que a forma que me expresso nas minhas músicas não é a que "a grande massa" espera de um músico, mas eu tenho direito de fazer o trabalho da minha maneira e isso não deslegitima a luta de ninguém”, afirmou

“Eu cantar “Boquetáxi” e pedir respeito não é hipocrisia. O macho cis-hétero que canta funk proibidão não é julgado da mesma forma que eu e continua lá no Youtube livre de qualquer restrição que atrapalhe seu trabalho. E o pior é que muita gente não consegue enxergar isso, a LGBTQ+fobia é real e não é brincadeira. Hoje eu estou reclamando por ser silenciada pelo Youtube mas amanhã coisa muito pior pode acontecer com outra pessoa. Obrigado pelo apoio, estamos tentando reverter a situação! Amo vocês”, concluiu lia Clark

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