‘Zero, nada, nem selinho’, diz Juliette sobre ter beijado após sair do BBB

Por - 27/05/21 às 03:33

Reprodução GNT

Nesta quarta-feira (26), o “Saia Justa”, no canal GNT, recebeu como convidada Juliette Freire. A campeã do BBB21 bateu um longo papo com as apresentadoras do programa e contou um pouco de sua vida, da mudança que teve em função do reality e expectativas sobre seu presente e futuro. Confira os principais trechos da conversa.

Expectativa das pessoas

"É muito bom, mas, ao mesmo tempo, dá muito medo. É tudo gigante, mas fico feliz de saber que as pessoas gostaram de mim apenas pelo que eu sou, que me aceitaram com todas as minhas vulnerabilidades. Espero corresponder a tanto amor e tanta expectativa. Estou tentando com muita boa vontade.”

E como era quando mais nova?

“Sempre tive uma vida muito tranquila. Sempre busquei me enxergar como eu realmente era, o que me fazia feliz. Não era de idealizar muitas coisas. Tinham meus pés no chão. Não era uma adolescente que sonhava com o príncipe encantado, vida perfeita, eu tinha o pezinho no chão. Isso me fez me conhecer de verdade. Eu me sentia mais segura e tranquila.”

As pessoas têm dimensão de quem você é?

“Acho que todo mundo me conhece. Sempre tenho essa impressão. Chego em qualquer lugar acho que você me conhece e que você é minha melhor amiga. Deu pra ver muita coisa do que eu sou porque enfrentei coisas lá dentro que eu enfrento aqui fora e todo mundo enfrenta. Aquilo ali é um laboratório do que a gente já vive aqui.

As situações me provocavam a agir como agiria aqui fora. Tentei mentalizar que aquilo era minha vida e que precisava vencer todos os desafios que ela me apresentava. Tenho muitas outras coisas que não foram testadas lá dentro, mas deu pra ter um pouquinho de algumas situações. Dá pra perceber um pouco mas a percepção total é bem maior.”

Vontade de resolver querer sempre as coisas

“Sempre fui assim de resolver tudo. Minha estrutura familiar ela é bem complexa. Meu pai tem 4 filhos do primeiro casamento e minha mãe tinha a mim e minha irmã que faleceu. Tinha pessoas totalmente diferentes e muito amor. Sempre tentei resolver tudo com amor. Não vou desistir dos meus irmãos, da minha família, da minha vida, das minhas escolhas… Pra mim isso sempre valeu a pena. Isso me provou que as pessoas querem coisas boas. Fiquei muito feliz. Isso dá certo.

Tem medo de ficar presa na narrativa que mostrou no programa?

“Já pensei nisso e isso me dá medo mesmo. Acho que eu optei por ter uma trajetória real e leve, exatamente como eu sou. Não estou presa a isso. Posso mudar a qualquer momento porque a gente muda o tempo inteiro. Não estou presa porque não contei uma narrativa, eu fui eu. Eu também mudo, eu também erro. Não sou responsável pelas narrativas que as outras pessoas contam de mim. Sou responsável pela minha. A minha é essa agora, pode ser que mude amanhã."

Preocupação em atender as expectativas dos seus fãs

"Não sabia fazer diferente. Eu me apeguei ao que eu tinha. Se o que eu tinha fosse suficiente para ganhar, ok, senão eu nem queria. Sou muito feliz e grata ao carinho dos fãs, mas estou tranquila que eles gostaram de mim. Então, se eles gostaram de mim, eles não vão me aprisionar. Tenho muito medo desse endeusamento. Recuso qualquer ideia desse tipo. Quando eu escuto já digo: ‘Não, eu erro.’ Eu quero mostrar meus erros.

Sabia que era carismática?

“Eu era um extremo ou outro: ou eu era a mais engraçada ou era a que as pessoas nem gostavam. Sempre fui exibida, isso é fato. Mainha disse que já nasci assim querendo olhar para um lado e pra outro. Mainha disse que o médico olhou e falou: ‘Essa menina nasceu agora?’”

Sobre sua autenticidade mostrada no programa

“Quando cheguei no quarto, com minhas amigas, assim que terminou e perguntei: ‘O que que a gente fez de diferente?’. Sempre foi igual, por que que ninguém achava isso maravilhoso? Sempre fui assim: sempre fui inteligente, sempre fui doidinha… E não recebia tanto reconhecimento. Meus amigos eram inteligentíssimos e não eram tão reconhecidos. O que foi que mudou que eu não sei? A diferença é que tinha câmeras.”

O que te levou a fazer terapia?

"Faz uns 5 anos. Comecei pra terminar um relacionamento. Ele era muito meu amigo, não via motivo, mas o motivo é que eu não estava feliz. Falei: ‘Preciso de ajuda pra conseguir’. Comecei nessa vibe. E depois que eu consegui resolver esse conflito, pensei: 'Mas ainda tenho esse, esse e esse…’ e falei: ‘Caramba, por que não procurei isso antes?’. Eram muletas que me salvavam. Estava sozinha e era muito pesado. Sempre carreguei tudo nas costas e achava que era assim. E não precisa ser assim.”

O que é a maquiagem pra você?

“A maquiagem é a linguagem do amor, digo isso. As pessoas cozinham, as pessoas cantam é uma forma de traduzir sentimento e amor. A minha era a maquiagem. Via a maquiagem com um namorado do meu irmão, que era drag, e ficava assim: ‘Meu Deus, como é lindo, quanto amor’. Era apaixonada.

Depois passei a maquiar minha irmã, minhas amigas e aquilo: ‘Caramba, elas ficam tão felizes, tão bonitas e elas mudam’. Depois comecei que aquilo mudava vidas. Falei: ‘Isso é lindo e posso fazer isso’. Comecei a fazer para me manter na faculdade e me apaixonei. Ficava na faculdade de direito e na maquiagem. Na casa era meu refúgio. Quando via minha maleta eu me via como era eu. Me remeteu a minha vida e eu ficava muito feliz. O batom me mostrava que eu era feminina.”

Como faz para segurar essa popularidade?

“Fé e muita vontade que dê certo. Propósito, foco e rezar. Quando saí eu disse que precisava urgentemente da minha terapeuta e de uma pessoa espiritualizada que eu quero conversar. Ela (sua terapeuta) estava desesperada e disse: ‘Pensava várias vezes em intervir’. E não tinha como. Falava: ‘Como você ia me tirar de lá?’. Estou nessa luta de reconexão comigo. Estou muito melhor. O que mais me assusta é a proporção, o que vou fazer, a cobrança, mas comigo mesma eu estou feliz por conseguir ser eu, e deu certo."

Momentos de transformação

“O primeiro foi quando minha irmã morreu. Foi a virada de chave na minha vida. Ela morreu com 17 anos em 2009. Ali a minha vida era muito simples, mas muito plena. Não tinha grandes problemas. Meu problema era estudar e trabalhar muito. E quando ela morreu, passei a ter consciência da finitude da vida. Passei um momento complicado e comecei a pensar: ‘O que eu quero? Quem eu quero ser e o que eu posso fazer? Minha irmã não morreu? Por que eu não posso morrer amanhã?’ Passei a viver diferente. Não dormia sem resolver nada dentro de mim."

Por que chorava quando cantava?

“Era minha alma falando. Todas as vezes que eu cantava de olho fechado era quando eu ouvia minha alma. Eu dizia: ‘Estou me escutando. Então vou falar mais alto, vou gritar mais alto, vou cantar pra ver se silencio todo esse caos e eu escuto minha alma’. E era um orgulho. Dizia: ‘O Brasil inteiro está ouvindo Alceu? Caramba, olha o que eu estou fazendo. Estou aqui e vou usar a minha voz para alguma coisa que eu acredito’.

Fama de beijoqueira no BBB

"Dei vários selinhos. Queria ter dado mais, mas não dava. Quando paquero sério – eu amo todo mundo, sou a fim de todo mundo, é fato – fico tímida, mais quietinha, tenho vergonha. Ali, eu estava entregue. Até pegaria, porque tem o desejo, óbvio, eu já tenho normal e ali dentro eu tinha muito mais, mas eu conseguia bloquear e ficava na brincadeira. Ficava na brincadeira, dava um cheirinho, um abraço e matava à vontade. Não foi azarar para seduzir e não pegar não, foi mais pra ficar divertido algo leve e tal."

E depois que saio da casa, já rolou algo?

“Zero, nada, nem selinho”

Ela encerrou o programa cantando um trechinho de “Deus me Proteja", de Chico Cesar.

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