Pantanal: remake tem mais mudanças da versão original que você pode imaginar

Por - 01/07/22

Pantanal: remake tem mais mudanças da versão original que você pode imaginar

A primeira vista, a adaptação do remake de “Pantanal” feita pelo autor Bruno Luperi na obra original criada pelo avô, o escritor Benedito Ruy Barbosa, não aparenta tantas mudanças como a da novela exibida pela TV Manchete na década de 1990. Mas se debruçarmos em detalhes até imperceptíveis, notamos que há, sim, uma grande quantidade de alterações no folhetim, além de que, existe o imenso fato da trama avançar nada menos que 32 anos entre uma história e outra. As modificações abaixo listadas pelo OFuxico não seguem necessariamente uma ordem cronológica da novela.

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TROCA DE NOMES

Reprodução/Instagram@flaviamonteiro/TV Globo

Se na primeira versão de “Pantanal” a namorada de Jove chama-se Nalvinha (Flávia Monteiro), no remake a personagem foi batizada de Nayara para “ficar mais atual”. Isso porque lá em 1990, a jovem não passava apenas de uma menina mimada. Na versão de agora, ela ainda recebeu um “up grade”: por querer ser famosa, leva uma vida intensa ao se entregar por inteiro às redes sociais, o que provoca sérios problemas. Quem agora dá vida a personagem é a atriz Victoria Rossetti.

GUTA LÉSBICA?

Divulgação/TV Globo

Guta, interpretada pela atriz Julia Davila, é uma mulher contemporânea, sem mostrando bem à frente de seus pais. Na primeira versão, a jovem vivida por Luciana Adami tem sua sexualidade questionada pela mãe. Para provocar a dona de casa, ela diz ser “sapatão”, termo usado na época para designar mulheres homossexuais. Já na versão de Bruno Luperi, a expressão é substituída por “lésbica”. Ainda assim, Bruaca (Isabel Teixeira) ficou chocada com a provocação da filha.

ESTILO DE VIDA

Reprodução/ TV Globo

Tão logo pisou no Pantanal pela primeira vez, Jove (Jesuíta Barbosa) foi convidado pelo pai, José Leôncio (Marcos Palmeira) para participar de um festa e saborear um churrasco. Diante do presente, o jovem recusou alegendo não comer carne por ser vegetariano, um dos princípios que não permite que ele coma um alimento vindo de um animal. Na versão original embora Jove (Marcos Winter) comesse carne, ele preferiu comer com prato e talheres, algo bem diferente do que costumava ocorrer entre os peões.

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MUTAÇÃO DE MARIA MARRUÁ E VELHO DO RIO

Juliana Paes como Maria Marruá, de Pantanal
Reprodução/ TV Globo

A forma que Maria Marruá (Cássia Kis) se transformava em onça na versão de Benedito Ruy Barbosa é também outro ponto a ser notado. Em 1990, o rosto da mãe de Juma (Cristiana Oliveira) era encoberto por uma figura do animal graças a computação gráfica. No remake, a TV Globo decidiu fazer diferente: a emissora faz um jogo de câmera, isto é, toda vez que ela se transforma em onça, a câmera muda o ângulo e , no retorno, traz a imagem de um felino. O mesmo acontece com o Velho do Rio (Osmar Prado) quando ele quer se transformar em sucuri.

PERSONAGEM INÉDITA

Pantanal: Fotógrafa na versão original, Gisele Reimann volta em papel inédito
Reprodução/Instagram@giselareimannoficial

Em breve, um novo rosto será apresentado em “Pantanal”. Trata-se da atriz Gisele Reimann, que fará uma participação especial como Ingrid, mãe da fotógrafa Érica (Macela Fetter). No remake, o papel é inédito, não constava na obra original. Na versão exibida em 1990 na TV Manchete, Gisele viveu a própria Érica, personagem que teve envolvimento amoroso com José Lucas (Paulo Gorgulho) e acabou engravidando do filho mais velho de José Leôncio (Claudio Marzo).

NASCIMENTO DE JUMA

Só os que têm uma boa memória puderam notar diferença na chegada de Juma à vida. Na primeira versão, Maria não queria criar a filha, tanto é que decide colocá-la em um barco para a correnteza do rio levar a criança embora. Há 32 anos, durante o nascimento, o céu se ilumina e Maria salva a filha de ir para longe, mas sem enfrentar a sucuri. Na versão de agora, o acontecimento é praticamente o mesmo, a diferença é que Maria virou onça e salvou a filha do ataque da temida serpente.

https://www.youtube.com/watch?v=pkHVsSlAB-U&t=12s

AS REDES SOCIAIS

A popularização das redes sociais no Brasil veio muitos anos após a estreia da novela na Manchete. O neto do novelista Benedito Ruy Barbosa quis explorar no remake a reflexão sobre os males do exibicionismo nas redes sociais. O tema já pôde ser visto entre Madeleine (Karine Teles), que no início da segunda fase da novela tornou-se influenciadora digital. É o mesmo caso da personagem Nayara (Victoria Rossetti). O assunto fecha com a presença do terapeuta comportamental Gustavo (Caco Ciocler), que além de se envolver amorosamente com as duas, está ali para tirá-las da fixação que ficarem ligadas 24 horas na web.

HOMOFOBIA E MACHISMO

Jove e Ze Leoncio
Divulgação//João Miguel Jr.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Bruno Luperi jogou luz para os temas citados acima. “Quando eu fui lendo [o roteiro original], fui vendo o que envelheceu mal de 30 anos pra cá, o que faria mal para a história e o que mudaria o eixo dramático e a interpretação sobre o caráter dos personagens. Foi [feito] um trabalho de formiguinha em todos os diálogos”, disse ele, se referindo a uma briga de Joé Leôncio e Jove quando pai e filho se encontram no início do remake.

“Tento buscar na adaptação alguma vertente, algum personagem que possa explicar pra gente o que aquilo significa hoje. Então, a Filó (Dira Paes), nesse caso do Zé Leôncio renegar o filho por uma questão de sexualidade, de ele não ser o homem, o macho que ele esperava de um filho, a Filó tá ali pra dizer: ‘Mas que diferença isso faz? Você não queria um filho que ficou buscando esses anos todos?’”.

RACISMO

Pantanal: Diretor muda e inclui atores negros na segunda família de Tenório
Reprodução/Instagram@ligborges/@roseiramur/TV Glolbo

Além de ter incluído um núcleo de atores negros para formar a segunda família de Tenório (Murilo Benício), o autor vai além e explica a discussão do racismo que em breve irá ao ar. Na versão de 1990, os outros parentes do empresário era toda branca. “Largar uma família hoje não tem aquele peso que tinha 30 anos atrás. Precisava ter um motivo agora pelo qual o Tenório não assumiria a Zuleica, e nisso, pegando esse personagem que é o nosso antagonista, que flerta muito o imoral, ele tem essa consciência escravagista muito forte dentro dele, de explorar o outro, de ser o espertalhão, de dar o golpe, de manter os outros sob o seu jugo, explicou.

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