Polêmica às 18:00

Sikêra Jr. perde patrocínios, após falas homofóbicas

Sikêra Jr. com a mão levantada e dedo indicador apontado para o alto enquanto sorri e apresenta o Alerta Nacional
Reprodução/YouTube

Magazine Luiza, MRV, Nivea… Essas são algumas das empresas que deixarão de patrocinar o programa e outros canais de comunicação do apresentador Sikêra Jr., da RedeTV!.

Acusado de cometer LGBTfobia ao chamar a comunidade LGBTQIA+ de “raça desgraçada”, ao vivo, durante o programa “Alerta Nacional”, o pernambucano virou alvo de boicote.

Nas redes sociais, ativistas e pessoas no geral começaram a marcar as empresas em comentários pedindo que tomassem providências quanto aos materiais publicitários delas vinculados ao apresentador e atrações. Ele também comando o “Alerta Amazônia”.

A hashtag #DesmonetizaSikera virou um dos assuntos mais comentados do Twitter, usada para dar ainda mais impulso nas manifestações. Houve também um apelo pela coerência, apontando mensagens de apoio ao “Mês do Orgulho LGBTQIA+” feitos pelas companhias e que não combinavam com as falas de Sikêra.

O perfil “Sleeping Giants Brasil”, movimento que luta contra o financiamento do discurso de ódio, nas redes sociais, foi o responsável por iniciar o debate. Tim e HapVida também manifestaram-se em apoio à causa, afirmando que não mais existirá vínculo delas para com Sikêra Jr., seus programas e outros meios de comunicação, como o YouTube, onde a empresa a Magalu aparecia como anúncio automático.

Ford, Kicaldo foram outros nomes famosos que garantiram deixar o apresentador de fora do quadro de interesse profissional.

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A página “Sleeping Giants Brasil” segue firmemente na campanha e cobrou BMW, Sorridents, Sky, mas sem resposta por enquanto. E as procuras por mais patrocinadores não param!

Âmbito legal

Na última segunda-feira, 28 de junho, o senador Fabiano Contarato (Rede – ES), que é assumidamente gay, pediu ao Ministério Público uma investigação contra Sikêra Jr. por homofobia.

“Liberdade de expressão não pode ser usada para cometimento de crimes, incitação à violência e ofensa à honra, à dignidade e à imagem”, destacou o político em publicação feita no Twitter.

Além disso, Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública contra o comunicador pela prática do crime de homofobia. O MPF assina a ação, em conjunto com a associação “Nuances – Grupo Pela Livre Expressão Sexual”, que atua na defesa dos direitos humanos da população LGBTQIA+, para que a RedeTV! e Sikêra paguem a indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos. O valor será destinado à estruturação de centros de cidadania LGBTQIA+.

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