Avesso à ciência, Jair Bolsonaro concede medalha de mérito científico a si mesmo

Por - 05/11/21

Jair Bolsonaro sorrindo ao receber medalhaFoto: Carolina Antunes/Agência Brasil

Explicitamente contra a ciência, o presidente Jair Bolsonaro concedeu a si mesmo mais uma medalha, a Grã-Cru. Depois de propagar dezenas de declarações negacionistas contra a vacina anti-Covid e a comunidade científica, o presidente, agora, está oficializado como grão-mestre, da Ordem Nacional do Mérito Científico.  

A autopremiação inédita no país foi publicada na quinta-feira, 04 de novembro, no Diário Oficial. Esta é a primeira vez que a condecoração é destinada a um líder negacionista científico.

A honraria geralmente é entregue pelo poder público a personalidades, nacionais ou estrangeiras, que contribuíram para o desenvolvimento da ciência, inovação e tecnologia no território brasileiro, instituída em 16 de março de 1993.

Desde o início da pandemia de Covid-19, Bolsonaro adotou um discurso totalmente negacionista sobre a doença e questionou as medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades sanitárias, como isolamento social, o uso de máscara e a vacinação.

Além de Bolsonaro, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, foi homenageado com o título de chanceler, enquanto Paulo Guedes, da Economia, recebeu um posto no Conselho de Ordem, assim como os ministros das Relações Exteriores, Carlos França, e da Educação, Milton Ribeiro.

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CRONOLOGIA DO NEGACIONISMO

Quando assumiu a presidência do Brasil, Jair Messias Bolsonaro intensificou o discurso anticientífico e negacionista. Primeiro relacionado à questão ambiental. Negou dados, demitiu servidores de alto gabarito e virou inimigo número um dos biomas brasileiros, principalmente a Amazônia, o cerrado e o Pantanal.

Diante da pandemia da Covid-19 – que até o fechamento desta matéria registrava o lamentável índice de 609.498 mil mortes no país – Bolsonaro fez de tudo para induzir o povo brasileiro a não se proteger contra a contaminação, a infecção e a morte pelo novo coronavírus, além de negar o direito à vacinação.

Tudo isso foi documentado no relatório final da CPI da Covid, recém concluído.

Ele ainda cortou R$ 600 milhões, verba destinada à saúde, em menos de três anos de mandato. Jair Bolsonaro remanejou mais de 90% dos recursos que seriam destinados à pasta do colega agora agraciado com medalha, Marcos Pontes.

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AUMENTO DE CASOS DE COVID-19 NA EUROPA PODE AFETAR O BRASIL

Após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar que a Europa “enfrenta ameaça real de ressurgimento da Covid-19”, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que monitora a situação da pandemia no Brasil, destacou que vivemos uma fase no país “de maior alívio, mas não de menor preocupação”.

Os pesquisadores do Observatório da Fiocruz ressaltam que a Europa apresenta altas taxas de transmissão e circulação da Covid-19, e vive o espalhamento de novas variantes. A instituição afirma que o Brasil precisa “aprender com as lições que a Europa tem dado para não errar nos mesmos pontos”.

Os pesquisadores reforçaram a necessidade de o país não relaxar precocemente as medidas de distanciamento e de proteção, como a manutenção do uso de máscaras e de avançar na cobertura vacinal.

Os cientistas da Fiocruz avaliam que os indicadores do Brasil mostram um recuo dos casos diários de internações e óbitos e uma cobertura vacinal crescente, porém ainda abaixo do patamar de 80% – média considerada segura pelos cientistas para a implantação de medidas de flexibilização.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino