Redes Sociais às 18:08

Carla Vilhena é chamada de ‘pelancuda’ e rebate machismo

(Foto: Reprodução/ Instagram)

A apresentadora da CNN, Carla Vilhena expôs uma agressão verbal que sofreu no Twitter neste sábado, 24 de julho. Atacada, a a jornalista decidiu compartilhar comentários que considerou machistas. Nos prints, um homem critica o visual dela e a chama de “baranga” e “pelancuda” para atacar seus comentários políticos. Ele ainda um colocou uma selfie em que usa um filtro de fotos que simula uma maquiagem.

Carla Vilhena depois que virou uma baranga velha resolveu ser lacradora. Pelancuda ridícula”, declarou ele.

Além de expôr o agressor, a jornalista fez questão de rebater com classe. 

“Deveria haver filtro pra discurso machista igual tem filtro pra pelanca”, escreveu.

Vilhena, de 54 anos, recebeu apoio de vários colegas.

“Linda e gigante”, disse Renata Loprete. 

“As pessoas perderam completamente a noção nesse mundo! Que absurdo!”, escreveu o cantor Lobão. 

A apresentadora ressaltou para o músico, respondendo ao comentário dele, que a agressão não é um caso isolado. 

“Meu querido, isso é o que nós estamos vivendo, a normalização do absurdo”, replicou.

VISÃO CNN

Ter um telejornal com a sua assinatura é sinal de muita credibilidade. Longe da TV desde 2018, após sair da Globo, Carla Vilhena assumiu o Visão CNN e hoje é um dos nomes mais fortes do canal. Ao OFuxico, Vilhena falou sobre os desafios que está enfrentando, isolamento e a importância do jornalismo para a sociedade:

“É um instrumento a favor da sociedade, contra a injustiça e o arbítrio. Decidi voltar para cumprir a missão de informar neste momento tão difícil”. 

Pelas redes sociais Carla dá dicas culturais e de economia, e sonha em ter um programa de entretenimento e viagens, e acredita que seus figurinos podem sim servir de inspiração para muitas mulheres que querem ser elegantes e bem vestidas em qualquer idade: “Quero mostrar que é possível”.  E detalhe, ainda na Globo, Carla ficou em primeiro lugar numa prova de português feita pela direção do canal. Carla adora estudar. Fala, escreve e lê francês, italiano e espanhol. E segue estudando alemão, história, política e filosofia, além das novas tendências da comunicação.    

CONFIRA!  

OFuxico: Foi um período curto longe da bancada de um telejornal, mas logo você retornou e em grande estilo. Como surgiu o convite da CNN?
Carla Vilhena: 
Achei até que foi bastante tempo, já que estive por vários anos longe de jornal diário, trabalhando como repórter no Fantástico e bancada só no plantão do Jornal Nacional. Depois que saí da Globo, fiquei no que eu chamo de sabático – metade voluntário, metade forçado -, devido à pandemia. Foi aí que por meio da Ellen Nogueira, diretora de Jornalismo da CNN, com quem trabalhei no Fantástico, fui apresentada ao Leandro Cipoloni, e convidada para o horário da tarde na CNN.

OFuxico: Como está a sua rotina agora?
Carla Vilhena:
 Eu acordo às 7h, tomo café assistindo a CNN. Leio jornais, faço pesquisas. Às 9h, definimos os assuntos do dia numa reunião pelo WhatsApp. Faço minha maquiagem e cabelo e venho para a biblioteca, onde fica montada a aparelhagem de transmissão [o jornal está sendo produzido da casa da Carla por conta da pandemia]. Ali eu acesso o roteiro do jornal, converso com os analistas e correspondentes e preparo perguntas para os entrevistados. Depois fazemos uma reunião que eu chamo de “descompressão”, em que repassamos o que aconteceu no jornal e projetamos algo para o dia seguinte. Procuro seguir uma rotina de exercícios, leitura e estudos nas horas livres. No fim de semana eu cozinho (deixo pronta a comida congelada para a semana toda) e relaxo um pouco com séries e filmes. 

OFuxico: Durante esse tempo em que esteve longe dos telejornais parou de ler jornais todos os dias como antes?
Carla Vilhena: 
Durante algum tempo achei que não voltaria a trabalhar, então dei uma relaxada, sim. No entanto, li muitos livros, viajei, estudei. No início de 2020, comecei a acompanhar as notícias da China e a ler muitos estudos sobre o novo vírus. Como eu sigo muitas publicações científicas, em janeiro e fevereiro já tinha noção de que o problema era grave. Isso foi muito difícil, ter que convencer as pessoas que amo a se isolar. Às vezes, não saber a gravidade da situação pode ser uma benção. Consegui que meus pais se fechassem no sítio [pai da Carla, Mário Filho, faleceu em janeiro vítima de infarto e paradas cardíacas], onde passaram o ano inteiro. Em alguns momentos, como todo mundo, me senti muito angustiada com o noticiário, mas também impelida a fazer algo para ajudar a enfrentar o momento que vivíamos. Primeiro, com postagens nas minhas redes sociais, depois com lives informativas durante a quarentena e, por fim, com a decisão de voltar ao jornalismo diário, para cumprir a missão de informar neste momento tão difícil para todos nós. 

OFuxico: E como foi retomar uma rotina puxada, jornal diário, ao vivo com longa duração?
Carla Vilhena:
 Não foi fácil, mas, durante a pandemia, resgatei muito da capacidade de improviso que já tinha exercitado por anos no SPTV e Bom Dia SP. Fiz lives como convidada em noticiários com pegada mais política, participei de debates, entrevistei pessoas, li muitos livros de conjuntura internacional e fiz cursos de filosofia política. Foi um período realmente de aprendizado e preparação para o desafio que se seguiu. E eu nem sabia que viria o convite da CNN…. Mesmo assim, o início foi diferente de tudo o que eu já havia feito. O Visão é um jornal extremamente dinâmico, feito praticamente enquanto estamos no ar. Faço sugestões de entrevista ao mesmo tempo em que leio as notícias que vão chegando no computador. É ao vivo de verdade. No começo, eu saía correndo do estúdio para o banheiro, pois eram quase 3 horas de duração. Ficava esgotada mentalmente. Hoje já me habituei e acho que passa rápido. 

OFuxico: O público sentiu muita a sua falta, afinal foram anos na Globo no JH, SPTV, BDSP, BDBR, JN e Fantástico. Como tem sido o retorno dos assinantes ao te ver no horário do almoço apresentando um telejornal?
Carla Vilhena:
 Eu tenho muita satisfação de ver como as pessoas que acompanharam meu trabalho vibram junto comigo com cada conquista na minha carreira. Recebo um carinho tão grande, que às vezes chega a me surpreender. Tenho certeza de que o trabalho que desenvolvi por tantos anos, sempre mantendo a responsabilidade de informar bem e lutar para combater nossas desigualdades e injustiças, foi bem compreendido pelo público, que pode contar comigo mais uma vez nessa nova etapa. 

OFuxico: Com tantos anos de carreira ainda bate um frio na barriga antes de entrar no ar?
Carla Vilhena: 
A estreia na CNN teve, sim, esse frio na barriga, pois foi tudo muito rápido. Entre o convite e a estreia quase não passou nem uma semana. Eu estava em casa, isolada, de repente volto ao mundo exterior, com toda a responsabilidade de assinar um jornal (Visão CNN com Carla Vilhena…), no maior canal de notícias do mundo, com esse nome de um peso enorme! Levei um tempo para fazer fluir novamente a naturalidade na apresentação e imprimir minha marca. Hoje sei que o jornal tem a minha cara. Mas é um processo dos dois lados, meu e da emissora, pois ainda estamos nos conhecendo. 

OFuxico: Muitos pensaram que você migraria para o entretenimento, o que pensou em fazer nesse meio tempo até o convite da CNN?
Carla Vilhena: 
Pensei nisso, porém logo percebi que seria difícil num momento de crise, como o que se seguiu à minha saída da Globo. Tive o sonho de ter um programa de viagens, cultura e história. Cheguei a fazer vários vídeos assim para minhas redes sociais, aí veio a pandemia e fiquei só no desejo. Mas ainda tenho a expectativa de retomar e, quem sabe, ter um programa no entretenimento, paralelamente ao meu trabalho no Jornalismo. 

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