Câncer de bexiga de Portiolli e Justus é mais comum em homens brancos

Por - 09/11/22 às 08:00 - Última Atualização: 8 novembro 2022

celso portiolli e roberto justusReprodução/Instagram@robertoljustus/@celsoportiolli

No último domingo, 6 de novembro, Roberto Justus surpreendeu fãs ao anunciar nas redes sociais a descoberta de um câncer de bexiga. O apresentador e publicitário de 67 anos contou que já passou por uma cirurgia e anunciou que em breve passará por sessões de quimioterapia.

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No mesmo final de semana, o apresentador Celso Portiolli, do SBT, também contou que esteve internado devido a uma inflamação na bexiga, órgão em que também tem câncer. A doença do comunicador foi descoberta no final do ano passado. Ambos se dizem confiantes no tratamento pois tiveram o diagnóstico precoce realizado por meio de exames de rotina.

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CÂNCER DE BEXIGA NÃO É UMA DOENÇA RARA

De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de bexiga é o segundo tumor urológico mais comum, atrás apenas do câncer de próstata. E não é uma doença rara. O instituto já havia feito uma prévia da doença para 2022, em que eram esperados mais de 10 mil casos. Destes, são 7590 novos casos anuais em homens e 3050 em mulheres, ou seja, mais que duas vezes mais comum na população masculina.

Além de mais frequente em homens, é também duas vezes mais comum em brancos. Além das variáveis de sexo, idade e etnia, outros fatores de risco são: tabagismo, exposição a produtos químicos, como aminas aromáticas, benzidina e beta-naftilamina, utilizados na indústria de corantes; determinados produtos químicos orgânicos; exposição à fumaça do óleo diesel; uso de alguns medicamentos ou suplementos fitoterápicos, como pioglitazona para diabetes por mais de um ano; uso de suplementos dietéticos que contêm ácido aristolóquico; exposição a arsênico; baixo consumo de líquidos; irritações e infecções crônicas (urinárias, cálculos nos rins e bexiga). Além disso, a histórico familiar: pessoas com familiares que tiveram câncer de bexiga têm um risco aumentado para desenvolvimento da doença, diz o instituto.

Porém, um vilão se destaca, “De todos os fatores de risco, o mais preponderante é o tabagismo. Os fumantes têm três vezes mais riscos de desenvolver câncer de bexiga”, afirmou Vladmir Pinheiro, vice coordenador da Comissão de Tumores do Trato Urinário da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), uro-oncologista, coordenador de Uro-Oncologia da Santa Casa de Fortaleza e médico do Hospital São Carlos Rede D’or Ceará.

SINAIS DE ALERTA

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) afirma que em geral, os sintomas de câncer de bexiga são inespecíficos, podendo indicar outras doenças. Por essa razão, é importante que, na presença deles, um médico seja procurado para ser feita a avaliação. O sinal mais frente da doença é a presença de sangue na urina (hematúria). Dependendo da quantidade de sangue, a urina pode ter uma cor alaranjada ou vermelha escura ou a cor natural mesmo. Pequenas quantidades de sangue somente são identificadas em um exame de urina de rotina.

Nos estágios iniciais de câncer de bexiga causam pouco sangramento e pouca ou nenhuma dor. Além disso, identificar sangue na urina não significa ter câncer na bexiga. O sangue pode ser causado por outros motivos, como infecção, tumores benignos, pedras nos rins ou outras doenças renais benignas. Também são possíveis sintomas ou sinais de alerta para câncer de bexiga: micção frequente, maior que a habitual; sensação de dor ou queimação ao urinar; urgência em urinar, mesmo quando a bexiga não está cheia; dificuldade para urinar ou fluxo de urina fraco.

DIFENTES TIPO DE CÂNCER NA BEXIGA

O câncer de bexiga é classificado em três tipos: carcinoma de células de transição (representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga); carcinoma de células escamosas (afeta as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas) e adenocarcinoma (se inicia nas células glandulares – de secreção – que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação).

De acordo com o levantamento SEERS da American Cancer Society, as chances de cura do câncer de bexiga na fase mais precoce são de 96%. Quando a doença está localizada na bexiga comprometendo camadas mais profundas ou a camada muscular e não há sinais de que se espalhou para fora da bexiga as chances de cura são de 69%. Por sua vez, quando o câncer se espalhou da bexiga para estruturas próximas ou nódulos linfáticos a taxa cai para 37%. Quando o câncer se espalhou para partes distantes do corpo, como pulmões, fígado ou ossos (metástase), as chances de cura ficam abaixo de 10%.

TRATAMENTO

A indicação do protocolo de tratamento depende do tipo de tumor e a fase em que a doença é descoberta. As principais modalidades cirúrgicas são:

Ressecção transuretral da bexiga (RTUP) – usada para câncer superficial ou em estágio inicial. Nele, o tecido canceroso da bexiga é removido pela uretra.

Cistectomia: remoção parcial ou completa da bexiga. É frequentemente usada em câncer de bexiga mais avançado. Os gânglios linfáticos próximos à bexiga também são removidos. A próstata é removida nos homens, e nas mulheres o útero, os ovários, as trompas de falópio e muitas vezes uma pequena parte da vagina.

Técnicas de cirurgia minimamente invasiva, como laparoscopia e procedimentos robóticos, também são indicados para alguns pacientes com câncer de bexiga. 

Outros tratamentos – Além da cirurgia, há a imunoterapia intravesical dentro da bexiga chamado BCG (Bacilo Calmette-Guérin). A BCG é um organismo bacteriano, usado para tratar a tuberculose, que é adotado como imunoterapia padrão para o câncer superficial da bexiga. Pode ser administrada diretamente na bexiga por meio de um cateter inserido pela uretra para estimular uma resposta imune dentro da bexiga, evitando uma recorrência da doença. Os demais pilares de tratamento de câncer de bexiga são a quimioterapia e a radioterapia. A quimioterapia desempenha um papel importante no tratamento do câncer de bexiga metastático.  

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