Guta Stresser sobre esclerose múltipla: ‘Pensei não valer mais a pena viver’

Por - 27/06/22

Guta Stresser durante entrevista no FantásticoFotomontagem/Reprodução TV Globo

No domingo, 26 de junho, Guta Stresser (49) foi entrevistada pelo “Fantástico”, para falar sobre o diagnóstico de esclerose múltipla.

A intérprete da inesquecível Bebel de “A Grande Família” bateu um papo com a jornalista Ana Carolina Raimundi sobre o diagnóstico, a medicação caríssima e o medo de não mais poder trabalhar com o que mais ama fazer.

Guta participou, em 2020, do quadro “Dança dos Famosos”, na época no “Domingão do Faustão” e conta que teve dificuldades durante as coreografias. Buscando saber o que estava acontecendo, ela passou por médicos de várias áreas e após um exame de ressonância magnética, em 2021, descobriu estar com a esclerose múltipla.

“Eu sofria com as notas e falava ‘meu Deus do céu, não estou conseguindo’. Eu queria ir bem, fazer bem. Então isso me assustava muito. Como é que pode? Eu tinha muita facilidade pra decorar. Agora eu não consigo pegar uma coreografia”, contou a atriz.

MEDO

Guta sentiu medo de não poder mais viver fazendo o que ama: atuando.

“Eu fiquei completamente apavorada, quando eu pensei que nunca mais poderia trabalhar como atriz. Eu pensei que não valia a pena mais viver, que não tinha mais utilidade pro mundo. Que não valia a pena. Não tinha sentido para mim continuar a vida, mesmo. E saber que eu posso continuar trabalhando, sabe?” desabafa.

SOBRE A ESCLEROSE MÚLTIPLA

Mesmo sendo considerada rara, com cerca de 150 mil casos por ano no Brasil, é muito importante saber mais sobre essa condição, já que muitas vezes a esclerose múltipla pode ser descoberta tarde, dificultando muito o tratamento e os sintomas.

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Pensando nisso, OFuxico bateu um papo com o neurocirugião Dr. Renato Andrade Chaves para tirar todas as dúvidas acerca da esclerose múltipla. Confira a entrevista:

OFuxico: O que é esclerose múltipla?

Dr. Renato: A esclerose é uma doença degenerativa crônica inflamatória, que afeta todas as áreas do organismo. Esta doença faz com que o sistema imunológico cause agressão aos neurônios e afete o funcionamento dessas células, muito importantes para o corpo humano.

OFuxico: Existe uma cura?

Dr. Renato: Esta doença não tem cura, mas existe tratamento. Nos últimos anos, o tratamento para retardar o processo inflamatório evoluiu bastante. Isso proporciona melhor qualidade de vida ao paciente com esclerose.

OFuxico: Quais os tratamentos?

Dr. Renato: Atualmente, nos casos mais amenos, o tratamento é medicamentoso. Nos casos mais graves, durante surtos, existe a pulsoterapia, que é a administração de altas doses de medicamentos, por curto períodos de tempo, com corticoides sintéticos. Também é recomendado o uso da plasmaférese, um procedimento que limpa o sangue e exclui células autoimunes, que destroem a mielina.

OFuxico: Quais os primeiros sintomas geralmente?

Dr. Renato: Existem diversos sintomas diferentes, que variam de paciente para paciente. No início, alguns deles aparecem e desaparecem naturalmente. Entre eles estão: visão turva, dificuldade em controlar a urina, perda de força muscular, fraqueza, falta de equilíbrio, formigamento nas extremidades do corpo, dificuldades cognitivas, fala anasalada, tontura etc.

OFuxico: Existe uma certa pré disposição para ter esclerose?

Dr. Renato: Existe maior pré disposição para esclerose múltipla, em mulheres. Na maioria das vezes os pacientes são brancos, de etnias dos países com temperatura temperada. No Brasil, de acordo com estatísticas da Organização Mundial da Saúde, a OMS, e Federação Internacional de Esclerose Múltipla, cerca de 40.000 pacientes sofrem de esclerose múltipla.

OFuxico: Da para conviver “em paz” com a esclerose?

Dr. Renato: Quanto a esclerose está controlada, com o tratamento correto e acompanhamento médico, de acordo com cada paciente, o paciente pode ter uma vida normal e de qualidade.

OFuxico: Como descobrir cedo?

Dr. Renato: É muito importante prestarmos atenção nos primeiros sintomas citados, pois como os mesmos desaparecem, da mesma forma como aparecem, se tornam imperceptíveis. Às vezes, o paciente ou a família ignora os primeiros sinais.

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