Danton Mello e Juliana Paes se emocionam na coletiva de “Predestinado”

Por - 22/08/22 - Última Atualização: 20 setembro 2022

Danton Mello e Juliana Paes emocionados em coletivaDanton Mello e Juliana Paes emocionados em coletiva (Leo Franco/AgNews)

O filme que conta a história de Zé Arigó, filmado em 2018 e adiado por conta da Pandemia de covid-19, chega aos cinemas em primeiro de setembro. O OFuxico foi conferir a coletiva de imprensa que reuniu os atores Danton Mello, Juliana Paes, Carlos Meceni e João Signorelli, além do diretor Gustavo Fernandez, e da roteirista Jacqueline Vargas, e Roberto D’Avila, produtor.

“Predestinado” é um filme forte sobre a história de um médium brasileiro, lá de Minas Gerais, conhecido como José Arigó, que realizava procedimentos de curas milagrosas por meio de um dom espírita, as tais cirurgias espirituais. Na época, o fato de um homem simples abandonar seu lado carnal e se dedicar a curas, e somente trabalhar para isto chamou a atenção de todos. O espírito encarnado é o do famoso médico alemão Dr Fritz, morto em 1918, e é considerado um dos casos mais impressionantes da parapsicologia e da mediunidade.

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Roberto D’avila, produtor e roteirista do filme, foi questionado sobre efeitos especiais, e como eles deixaram de uma forma real, sem parecer algo fictício, por se tratar de uma história real com casos reais:

“Discutimos bastante. Tinham sugestões como ‘Arigó vê uma cruz preta’, e isso significaria que a pessoa iria falecer. Fomos para um caminho, já que os efeitos especiais estão banalizados (citando efeitos de filmes de super-heróis), que achamos que isso poderia ser um ruído para a história e deslocar o público a achar que era uma ficção. Então, a mesma cruz sugerida, está presente, mas, em um varal, uma sombra, um sol, com delicadeza e sensibilidade”

Jacqueline Vargas, roteirista do filme, contou sobre o processo de pesquisa, e sobre como foi importante o contato com pessoas que estiveram cercando o médium

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“Quando o Roberto me chamou, eu conhecia mais o Fritz do que o Arigó, e foi este processo de fazer uma pesquisa, incluindo o livro “Cirurgião da Faca Enferrujada”. Conversei com a família,que tem o relato, a vivência.”

A roteirista ainda afirmou que toda semana existia uma matéria sobre ele na época, e que ele era um dos nomes mais comentados, seguidos de Pelé e JK. E uma das motivações que geraram a pesquisa foi sobre como ele caiu em uma espécie de limbo, ou apenas, esquecimento

“Ele teve esta magnitude. Como ele pode ter ficado tão obscuro? E com a pesquisa, fui descobrindo das curas que ele fez. Ele só não curava se aquela pessoa não podia ser curada, ele não fez mal a ninguém”

Juliana Paes, que interpreta Arlete, a mulher de José Arigó, foi questionada sobre Maria Marruá de Pantanal, e como ela se relaciona com a do longa-metragem, já que ambas são fortes e emotivas a sua maneira:

“Ela veio antes da Maria Marruá. Foi uma feliz coincidência das pessoas conhecerem as duas personagens, uma seguida da outra. Imprimir força tem a ver com o processo de amadurecimento. Eu vou amadurecendo, minhas personagens vão juntos, e fazemos escolhas mais assertivas na hora de se colocar em cena, e como vai sentir aquilo”

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A atriz comentou a relação de Arlete e José, e como ela era a fortaleza para ele:

“O Arigó tinha essa força por trás dele, que era a mulher. Muitas vezes ele precisou dela para dar forças. Abdicar da vida pessoal, para viver uma vida pública, é muito mais complicado quando quem não está ao seu lado, não te apoia. Ela foi o esteio que ele precisou.”

EMOÇÃO

Danton Mello, que interpreta dois personagens, o Dr Fritz incorporado e José Arigó se emocionou e levou uma plateia, cheia de repórteres e fotógrafos, juntamente com seus colegas de elenco às lagrimas e as palmas com seu depoimento. A pergunta era simples: A medicina espiritual, mesmo ajudando milhares, ainda é proibida.  O que você mudaria no mundo se tivesse cinco minutos? A resposta do ator foi simples:

“Amor. Acho que é a grande mensagem desse filme. Aceitar as diferenças, respeitar”.

Juliana complementou dizendo: “É um filme que fala sobre espiritualidade. Não é um filme apenas espírita. Não tem a pretensão de convencer ninguém. A única pretensão é que a intolerância religiosa diminua. Cada um, independente de sua religião, aproveita a fé”

Outro momento de pura emoção, foi Danton, indo às lagrimas e abrindo o coração, quando questionado sobre como foi filmar em casa, já que o longa teve seu set de filmagem em Minas, local onde tanto o ator, quanto o Médium, nasceram.

“Foi demais. Sempre que temos uma folga, queremos voltar para a casa. Ali eu queria ficar em Minas, e eu pedi para minha família ir até lá, porque eu queria viver com muita intensidade aqueles personagens.”

Danton também comentou sobre um conflito pessoal que viveu, uma vez que ele contou que se sente séptico ao passar dos anos: “Ao longo dos anos fui ficando assim. Ateu eu diria. E esse filme me trouxe para um lugar onde eu pude repensar a minha espiritualidade. E assim, são personagens muito fortes, e poder dar a vida, foi um grande presente. Eu vivi muito ambos, e fiz o melhor que pude.”

O ator contracenou muitas vezes com Juliana Paes, e aproveitou para fazer um elogio a atriz e sua parceria: “Juliana é uma atriz de uma generosidade. Fazer uma cena de emoção e olhar para os olhos dela explodindo de emoção é muito incrível.”

Danton Mello e Juliana Paes em coletiva do Predestinado
(Leo Franco/AGnews)

BASTIDORES

A atriz, emocionada, comentou como foi a preparação para o grande desafio de viver Arlete, e que a família de José estava lá nos sets:

“É sempre muito bom você viver personagens com referência de quem está vivo, os filhos no caso. Eles estavam ali com a gente, e foi uma grande responsabilidade, porque, estávamos contando a história dos pais deles. Eu me entreguei de corpo e alma, (a caracterização) foi feita o mais próximo possível. Eles estavam amorosos e gratos, o set foi um lugar muito calmo.”

João Signorelli, que tem um espetáculo sobre Gandhi, contou sobre sua participação no filme, como Chico Xavier:

“Fomos escolhidos por eles (Chico e Arigó). Toda a filosofia dos meus personagens é o aqui e agora. E podendo, através desse filme, espalhar amor.”

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha