Françoise Forton: “Coisas efêmeras não me encantam”

Por - 03/09/13

Jorge Rodrigues Jorge/ Carta Z Noticias

O ar refinado é uma característica que se destaca em Françoise Forton. Não à toa, a atriz foi uma escolha unânime, entre os diretores Mauro Mendonça Filho e Wolf Maya e o autor Walcyr Carrasco para dar vida à granfina decadente Gigi de Amor à Vida. No entanto, enquanto sua personagem tem como prioridade hábitos supérfluos, como ir ao cabeleireiro ou gastar fortunas em roupas. Françoise garante que é uma pessoa de gostos simples.

"Coisas efêmeras não me encantam. Nem dinheiro e poder me compram", sentencia.

Na trama das nove, nascida em berço de ouro, Gigi tenta ao máximo manter o tradicionalismo de sua família intacto. Por isso, vive com seu filho Murilo, de Emilio Orciollo Netto, e sua neta Sandra, de Thavyne Ferrari, no que sobrou do imenso patrimônio de sua família: uma mansão caindo aos pedaços. Como não considera o trabalho uma necessidade, ela enxerga na figura de seu ex-marido, Atílio, vivido por Luis Melo, a única saída para seu sustento. Apesar dos golpes que sua personagem aplica na novela, Forton acredita que Gigi não é mau-caráter, apenas vive em uma realidade particular.

"A Gigi não é vilã, não sabe arquitetar planos contra os outros. Ela, simplesmente, acha que é natural que seus amigos a ajudem, que banquem sua família. Além disso, sua escala de valores é invertida", defende.

O Fuxico: Como foi a preparação para o papel? Se inspirou em alguém?

Fralçoise Forton: Eu li bastante sobre pessoas que passaram por essa situação da Gigi, de famílias ricas que perderam tudo. Além disso, estudei muito o texto do Walcyr (Carrasco) e construi primeiro o interior da personagem, para depois seu exterior aparecer. Então, eu comecei preenchendo o mundo dela. O que ela gosta, quem ela é, suas lembranças e sua vaidade. Idealizei onde ela iria com o Atílio, o que eles faziam juntos, as músicas e filmes que assistiam nessa época em que a Gigi tinha a vida que ela amava. Mas como a novela é uma obra aberta, a gente começa com pouca informação. Ao longo da trama os vínculos dela com os outros personagens também me ajudaram a compor o papel.

OF: A Gigi marca o seu retorno para a Globo, após quase 10 anos fora da emissora. Como surgiu o convite?

FF: A Globo tem uma preparação incrível para suas novelas, ela investe com antecedência. Por causa dela, o Brasil é uma referência nos folhetins. Então, é ótimo estar de volta. Até porque estreei na emissora e foi onde passei grande parte da minha carreira . É um lugar em que eu tenho história. Ainda mais quando o convite vem de um consenso geral entre os diretores e o autor da trama.

OF: Você estreou na tevê aos 12 anos, em uma participação na novela "A Última Valsa". Mas só ganhou destaque mesmo a partir de 1976, quando interpretou sua primeira protagonista, em "Estpido Cupido". Como foi a experiência?

FF: A novela Estúpido Cupido foi o grande divisor de águas na minha carreira. Em um mês no ar o folhetim estourou! Eu já não podia mais andar nas ruas. O público se apaixonou pelo casal protagonista. E foi quando eu levei meu primeiro susto. Na época, morava sozinha no Rio de Janeiro e fiquei desnorteada. Por sorte, tive grandes amigos que me ajudaram passar por esse momento e entender aquela repercussão toda. 

OF: Ao longo da sua carreira, você procurou se aperfeiçoar não apenas na interpretação, mas também no canto e na dança. E atualmente, você está em cartaz com o musical "Nós Sempre Teremos Paris". Gosta de unir esses três segmentos artísticos?

FF: Eu descobri que cantar mexe profundamente com a minha alma. Adoro fazer esse tipo de espetáculo porque é leve. E eu tenho uma formação muito clássica, preciso do balé e do canto para me sentir completa. Tanto para a minha alma quanto para o meu trabalho.

Françoise Fourton aguarda lançamento de longa
Françoise Fourton elogia estréia de espetáculo, no Rio
Françoise Forton pode viver Anália Franco no teatro
Françoise Forton quer concorrer em festivais com curtas-metragens

---