Haters: Comentário em vídeo polêmico de Juliana Paes fez Agatha Moreira repensar suas postagens na internet

Por - 20/07/21

Agatha Moreira de batom vermelhoAgatha Moreira fala sobre ataques na internet (Foto: Reprodução Instagram)

As redes sociais são lugares que aproximam bastante astros e personalidades de seus fãs. É uma troca mútua onde o artista tem um canal de divulgação de seus trabalhos e vida pessoal, enquanto os seguidores se sentem mais perto de seu ídolo. Porém, as vezes essa porta aberta pode ser um grande problema por um posicionamento, fala ou atitude que possa ser mal interpretada. Espaço aberto para o ataque de haters e a cultura do cancelamento.

Agatha Moreira passou por essa experiência há pouco tempo, quando comentou o famoso vídeo de Juliana Paes, publicado em junho de 2021. Na ocasião a atriz se defendia sobre ter um posicionamento na polarização política vivida no Brasil. Agatha manifestou apoio a amiga com o simples comentário:  “Você é incrível! Obrigada por essas palavras!”. Mal sabia ela que seria bombardeada pela ala mais radical da internet. Na coluna de Patricia Kogut nesta segunda-feira, 19 de julho ela declarou:

“Acho que na hora que fiz o comentário já pensei: ‘Nossa, esse comentário pode ser mal interpretado’. Mas deixei pra lá, fui deitar. Mas você não pode se expressar mal em nenhum momento. Se você explica muito bem, as pessoas já vão interpretar da forma que querem. Se você explicar mal, então… É muito louco. A gente tem que pensar duas vezes antes de escrever. Na verdade, as pessoas anônimas precisam pensar duas. Nós temos que pensar 30. As pessoas vão interpretar da maneira que elas querem”

A atriz, que voltará no elenco da série “Verdades Secretas 2”, da TV Globo, explicou que o caso foi o pior que enfrentou em sua carreira até o momento.

“Dentro de tudo o que já vivi, isso da Juliana foi o que teve maior proporção. Justamente pelo fato de a internet ter se tornado muito forte. Ela virou grande parte da nossa vida. Se eu fosse aquela menina que no início (da carreira) não sabia lidar com essas coisas direito, acho que iria surtar

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POLÊMICA

Essa não foi a primeira vez que Agatha Moreira se manifestou sobre a polêmica do vídeo de Juliana Paes. No começo do mês de julho, ela também falou sobre o caso para a Revista Glamour.

“Confesso que lido super bem com isso, sou uma pessoa muito direta em relação aos meus posicionamentos. Quem me acompanha sabe exatamente o que sou contra e o que sou a favor, mas eu consigo acolher e compreender quem não se sente da mesma forma”, afirmou ela.

“Posicionar-se é de extrema importância, principalmente se você é uma figura pública, mas não é fácil. Isso exige inteligência emocional, saúde mental e uma energia que talvez o outro não tenha naquele momento. E tudo ok, eu respeito isso”, explicou Agatha Moreira.

OPINANDO SOBRE A CULTURA DO CANCELAMENTO

Ainda na entrevista da capa de julho/agosto da revista Glamour, Agatha Moreira comentou sobre a chamada cultura do cancelamento, que vem cada vez mais tomando conta da web.

“Eu sempre falei que a internet virou um culto à depreciação alheia, e isso não é de hoje. Penso nisso faz tempo, e as coisas só vêm piorando. Parece que existe um prazer muito grande em julgar o outro, em atacar. Como alguém perde seu tempo escrevendo um comentário maldoso para uma pessoa que nem conhece?”, indagou ela.

“Tenho dificuldades de compreender. Entendo os nervos estarem à flor da pele, por causa de tudo o que estamos vivendo, mas ninguém sabe o que está acontecendo do outro lado da tela. Estamos esquecendo do bom e velho amor ao próximo. E não podemos, né?”, completou Agatha Moreira.

DEFESA

Logo após a mensagem publicada no post de Juliana Paes e ser bombardeada na internet, Agatha usou seu perfil no Instagram para explicar que foi mal entendida em suas palavras à amiga:

“Há alguns dias, ao querer fazer um gesto de carinho com uma pessoa que eu amo, acabei me expressando muito mal em um comentário no Instagram. Quem me conhece e convive comigo sabe que eu tenho verdadeiro horror ao governo Bolsonaro. Tenho nojo da repulsa à vacina, das falas preconceituosas e de todo o atraso que ele representa. Por isso entendi o ódio de vocês, porque ele é meu também! Então, como eu posso ter dado margem à dúvida, já que eu agradeci por palavras com as quais eu não concordo (quando desejava acolher a exposição de uma grande amiga), quero deixar claro: eu nunca apertei 17, eu nunca apoiei esse desgoverno e nunca apoiarei!. Eu poderia ficar calada, esperando que isso esfriasse até tudo se acalmar. Eu sei que minhas palavras talvez gerem mais uma onda de ataques, mas eu prefiro apanhar pelo que acredito e defendo!

Logo a publicação da famosa recebeu diversos elogios, com amigos e seguidores louvando sua atitude.

“Que alívio”, apontou uma internauta.

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RELEMBRE O VÍDEO DE JULIANA PAES

Intitulado “Carta a uma colega”, a atriz rebate acusações feitas por uma outra atriz, porém sem citar seu nome. Ela também deixou claro que não é a favor da polarização política que o Brasil vive atualmente e que não se considera nem de um lado e nem de outro do nosso atual cenário.

“Cara colega, apesar de ter sido agredida por suas palavras caluniosas, por ter sido invadida por sua mensagem de noite. Por ter sido acusada de covarde, desonesta, criminosa, eu me dispus a responder por todas as cenas que me emocionei do seu lado. Eu discordo de você sobre minha posição. Já falei publicamente sobre querer vacinas, mas eu não vou fazer isso todos os dias. Fui a primeira a pedir para que as pessoas ficassem em casa, quando você ainda nem estava tão preocupada. Mas agora eu não me sinto no direito de pedir que as pessoas fiquem sem trabalhar. Você critica a minha escolha de não militar publicamente escolhendo um dos lados políticos desse debate público, então deixa eu te falar o que eu penso.

Estamos vivendo um dos momentos mais nebulosos da história mundial. Não existem respostas para tudo que aflige a gente hoje. Ou você morre de fome ou você morre de vírus. O mundo inteiro está angustiado, está desorientado e está buscando caminhos. Aqui no Brasil o cenário se complica, pois todo e qualquer assunto é politizado. As individualidades não são respeitadas. Qualquer opinião é tomada como uma decisão entre esse ou aquele lado. É bom ou ruim. É um maniqueísmo imaturo.

Eu não sou bolsominion, como adoram acreditar quem não me conhece de perto. Tenho críticas severas a este que nos governa, por outro lado tampouco quero que governe essa oposição que se insinua aí pro futuro. Então onde estou? Eu estou em um ambiente em que não me sinto representada por ninguém. Estou em um lugar de desamparo. Te juro que tem vários brasileiros comigo nessa situação. Não apoio ideais arrogantes de extrema direita. Não apoio delírios comunistas de extrema esquerda. Quero respeito e acolhimento a todas as causas minoritárias, mas quero que isso aconteça independentemente de ideologia política. Quero respeito, equidade e empatia entre as mulheres. Respeito os apelos da agenda progressista.

Quero vacina sim, já me expus sobre isso. Quero um chefe de estado que seja elegante, diplomático nas palavras, ações, honesto. Quero uma mídia imparcial. Quero um governo liberal que respeite as liberdades individuais. Quero uma máquina pública enxuta. Quero fim de fundo partidário eleitoral. Quero saúde de qualidade, um estado democrático… tantas coisas. Mas aqui no Brasil, qualquer que seja sua opinião, sua postura, ela vai te levar para um dos lados da moeda. Não admito ser colocada em nenhum desses dois polos. Não me enquadro neles. Não quero contribuir para essa polarização doentia, estúpida, que só faz a gente enfraquecer como povo. Não nesse ambiente onde o ódio reverbera mais que as palavras de conciliação. Ou você é isso, ou você é aquilo. Ou você é gado ou é mortadela. Isso não existe! Nós somos seres múltiplos, não somos binários. Nós temos particularidades. Se eu estava mais introspectiva não é neutralidade, não é crime. É maturidade de buscar enxergar com clareza esse cenário que é pré-eleitoral.

Eu também perdi pessoas próximas, muito amadas. Também ando muito triste, sentindo com tantas mortes. Você sabe, mais do que ninguém, que foto em rede social não é a mais pura representação da realidade. Mostro minha dor por escolha, às vezes, mas eu me compadeço com quem escolhe compartilhar. Não incentivo o silêncio de ninguém, mas eu estimulo o respeito. Respeito o direito de qualquer um fazer do jeito que bem entender. Por isso eu exijo respeito na mesma proporção.

Escolho contribuir nas pautas sociais que eu defendo. As instituições que ajudo secretamente. As pautas comportamentais onde tenho a ousadia de me expor um pouco mais. É nesse território que sigo tentando fazer o que acho que é bom. Nunca cedi as pressões que não correspondessem ao meu espírito, buscando assim um pouco de liberdade. A liberdade de ser quem eu sou, por não ser ameaçada por ignorância, por aspereza… Sei quem eu sou e o tanto de amor que tenho em mim. Isso me basta e que Deus nos ampare!”, finalizou ela.

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