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Marcelo Serrado e Fernanda Nobre falam sobre relacionamento aberto com Bial

marcelo serrado, fernanda nobre e pedro bial montagem
(Reprodução TV Globo)

O programa “Conversa com Bial”, desta quarta-feira, 18 de agosto, reuniu Marcelo Serrado e Fernanda Nobre para falarem sobre relacionamento aberto. A temática está, atualmente na vida dos dois: um de modo fantasioso e outro na vida real. O ator está no elenco do filme “Dois + Dois”, onde dois casais passam a se relacionar entre si, para quebrar a monotonia do casamento. Já a atriz adotou a relação não monogâmica com seu namorado.

Para começar a conversa, Pedro Bial questionou sobre como pensam sobre esse tipo de união entre duas pessoas.

“Cada casal tem a sua dinâmica. Isso que a Fernanda falou dela, é uma dinâmica dela. E funciona muito pra ele. Pode ser que pessoas tenham algumas dúvidas sobre isso e se libertem. A gente tem que respeitar muito a opinião dos outros”, disse ele.

“Nossa relação estava em um momento ótimo. Na verdade foi de fora para dentro. Comecei a estudar a evolução da mulher na humanidade, historicamente. A monogamia, que eu achava que era normal, natural, implícita da sociedade e quando comecei a estudar entendi que a monogamia não tem nada de normal e natural. Ela foi criada pela propriedade privada. Homens, a centenas de anos, que queriam deixar sua herança para seus filhos, eles precisavam ter a certeza de que esses filhos eram legítimos. Então, o que eles fizeram? Impediram que suas mulheres tivessem relações com outros homens.”

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E Fernanda continuou em sua explicação: “Só que até hoje esses homens têm uma permissividade da sociedade para não cumprir esses pactos. Culturalmente são condicionados a ter relações fora dos seus casamentos. É claro que estou generalizando! É claro que vocês dois podem ser homens comprometidos com suas parceiras, mas vocês tem amigos e sabem como é. Quando me deparei que isso tem muito mais a ver com capital e não com o romântico, eu falei: ‘Não escolhi isso’. Eu vivo isso. Até então fui monogâmica e estava tudo certo, mas na verdade eu só estava seguindo um padrão que não foi escolhido por mim.”

CIÚME

Bial quis entender como, em uma relação aberta funciona o ciúme e se é que ele existe.

“Sou muito ciumenta e não quero mais ser essa pessoa. Quero me transformar em outra pessoa. Estou em um exercício e não encontrei a fórmula. E o ciúme nada mais é que uma dominação do outro. Mas eu quero ser livre e para eu ser livre tenho que fazer o outro livre, sem hipocrisia. Não é fácil. Dói pra mim e para meu parceiro, não vou dizer que é fácil, mas a cada avanço é muito libertador.”

AMOR DE CINEMA

O apresentador lembrou da história de Romeu e Julieta e citou como uma forma de se expressar o amor entre duas pessoas, mas Fernanda discordou:

“Sou muito romântica, mas é uma forma muito grande de controle feminino. O marco histórico da liberdade da mulher foi na pílula anticoncepcional. A partir daquele momento a gente dissociou o sexo da procriação. Só que o amor romântico, que foi criado com o patriarcado, há 5 mil anos, faz com que a gente fique esperando esse amado que vai salvar nossa vida. Esse amado que vai largar tudo pela gente, que não vai ter tesão em mais ninguém e a gente vai virar um só. Isso tudo, além de saber que não existe, que existe só por um momento, vai na contramão de toda contemporaneidade que é da individualidade. Esse amor também nos aprisiona, nós mulheres. Isso continua relacionando o sexo ao amor”, disse ela quando foi interrompida por Serrado que não pensava da mesma maneira.

“Vou polemiza. Por exemplo: meu pai tem 90 anos e minha mãe tem 85. São casados até hoje. E um segurando a mão do outro, vendo televisão e são felizes dentro desse código de fidelidade que eles criaram. É possível sim. Existe esse lado que a Fernanda disse, que totalmente sou de apoio, mas existe um outro lado. Existe um amor ali que são mais de 60 anos de casados”, contou

“Acho isso lindo, desde que não seja hipócrita”, completou a atriz.

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LEALDADE X FIDELIDADE

“Em uma relação não monogâmica o que seria considerado uma traição?”, perguntou Bial.

“Trair é uma palavra que não faz parte do meu vocabulário. Ninguém trai ninguém no meu pacto, a gente vivencia experiências e tem uma lealdade a nós dois. Toda relação ela é regida por códigos. E a relação aberta ela não tem códigos estabelecidos. Cada um cria o seu. Eu não tenho um modelo e eu falar do meu modelo vou acabar criando uma forma de as pessoas repetirem esse modelo e vai contra o meu discurso. A gente tem uma relação que é muito a base do diálogo e se faltar ali aí tem uma quebra de lealdade muito forte”, respondeu ela.

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PERRENGUE

Para terminar, de forma bem descontraída, Marcelo Serrado revelou como foi gravar várias cenas do filme, onde os atores tiveram que ficar sem roupas. E, apesar da sensualidade que passa na tela, ela garante que na realidade não tem nada de erótico.

“É horroroso. Fica um cara ali… ele botou uma fita crepe aqui, na parte de baixo. Depilei um pouquinho… uma coisa constrangedora. E aí eu ficava abraçado com a Carol e com a Roberta e falava: ‘Tá doendo’. Porque ficava mexendo no meu cabelo aqui de baixo e doía”

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